600 mil alunos do 1.º ano do ensino médio de SP terão oficinas durante aulas de biologia
Giuliana Vallone
A partir de outubro, 600 mil adolescentes das 3,6 mil escolas de ensino médio da rede pública de São Paulo terão oficinas sobre gravidez na adolescência durante as aulas de biologia. A iniciativa faz parte de um programa sobre sexualidade do governo do Estado. "Vamos mostrar aos estudantes que a gravidez é uma escolha, cujas implicações os acompanharão pelo resto da vida", disse a secretária estadual da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro.
O trabalho foi inspirado nos bons resultados de uma parceria da pasta, o projeto Vale Sonhar, que reduziu em mais de 90% o número de jovens gestantes no Vale do Ribeira, interior de São Paulo. Na região, estão situados os municípios de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado, como Barra do Turvo (0,663).
Criado pelo Instituto Kaplan - especializado em estudos da sexualidade humana -, o Vale Sonhar uniu conhecimento sobre sexualidade, reprodução e contracepção aos debates sobre os sonhos e projetos dos jovens, para promover do sexo seguro. "O objetivo é desenvolver essa responsabilidade no adolescente, para que ele perceba o impacto da gravidez em seu projeto de vida", explica Sandra Vasques, orientadora sexual e gerente dos projetos.
A iniciativa foi testada pela primeira vez em 2004, em 14 municípios do Vale do Ribeira. Treinados pelo Kaplan, os professores realizam três oficinas com os alunos do ensino médio, em que tratam de orientação sexual e discutem os planos e sonhos dos adolescentes. Eles têm de imaginar como seria seu futuro se tivessem um filho naquele momento, por exemplo. A experiência, então, é contada à classe.
Já no primeiro ano do projeto, o número de meninas grávidas na região foi reduzido em 80%, de 360 para 72. Em 2006, após dois anos de oficinas, a redução chegou a 91%.
Segundo a gerente de projetos do instituto, no entanto, apenas a realização das oficinas não é suficiente para alcançar um resultado tão expressivo quanto o do Vale Sonhar. "É importante que todas as pessoas da escola e os pais saibam que as oficinas estão acontecendo, e que todos apóiem, para que realmente a prevenção à gravidez seja algo ?dentro da moda? naquela escola", diz.
O material para as oficinas - em todo o Estado, serão 7 mil kits - é fornecido pelo Instituto Kaplan, que busca parcerias para o projeto.
MUDANÇA DE FOCO
A coordenadora do Programa de Saúde do Adolescente do Estado, Albertina Duarte Takiuti, apóia a ampliação do projeto. Ela conta que o foco do combate à gravidez na adolescência em São Paulo mudou há cerca de dez anos, deixando de tratar apenas dos métodos contraceptivos.
Uma pesquisa mostrou que os jovens conheciam os meios de prevenção, mas, na hora da relação sexual, não os colocavam em prática. Segundo Albertina, o vínculo dos adolescentes com os parceiros e o início da vida sexual são precoces, o que faz com que os jovens não tenham firmeza para negociar o uso do preservativo.
O programa passou a trabalhar com um espaço de acolhimento dos jovens, em que eles pudessem discutir aspectos de sua sexualidade e falar do cotidiano. Um dos projetos com essa proposta é a Casa do Adolescente, onde meninos e meninas tratam desde o físico, com ginecologistas, médicos de família e urologistas, até problemas psicológicos."Se ele tem uma atitude firme em relação ao autocuidado, vai ter em relação a uma série de outras coisas, não só com a sexualidade", completa.
Estadão
Giuliana Vallone
A partir de outubro, 600 mil adolescentes das 3,6 mil escolas de ensino médio da rede pública de São Paulo terão oficinas sobre gravidez na adolescência durante as aulas de biologia. A iniciativa faz parte de um programa sobre sexualidade do governo do Estado. "Vamos mostrar aos estudantes que a gravidez é uma escolha, cujas implicações os acompanharão pelo resto da vida", disse a secretária estadual da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro.
O trabalho foi inspirado nos bons resultados de uma parceria da pasta, o projeto Vale Sonhar, que reduziu em mais de 90% o número de jovens gestantes no Vale do Ribeira, interior de São Paulo. Na região, estão situados os municípios de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado, como Barra do Turvo (0,663).
Criado pelo Instituto Kaplan - especializado em estudos da sexualidade humana -, o Vale Sonhar uniu conhecimento sobre sexualidade, reprodução e contracepção aos debates sobre os sonhos e projetos dos jovens, para promover do sexo seguro. "O objetivo é desenvolver essa responsabilidade no adolescente, para que ele perceba o impacto da gravidez em seu projeto de vida", explica Sandra Vasques, orientadora sexual e gerente dos projetos.
A iniciativa foi testada pela primeira vez em 2004, em 14 municípios do Vale do Ribeira. Treinados pelo Kaplan, os professores realizam três oficinas com os alunos do ensino médio, em que tratam de orientação sexual e discutem os planos e sonhos dos adolescentes. Eles têm de imaginar como seria seu futuro se tivessem um filho naquele momento, por exemplo. A experiência, então, é contada à classe.
Já no primeiro ano do projeto, o número de meninas grávidas na região foi reduzido em 80%, de 360 para 72. Em 2006, após dois anos de oficinas, a redução chegou a 91%.
Segundo a gerente de projetos do instituto, no entanto, apenas a realização das oficinas não é suficiente para alcançar um resultado tão expressivo quanto o do Vale Sonhar. "É importante que todas as pessoas da escola e os pais saibam que as oficinas estão acontecendo, e que todos apóiem, para que realmente a prevenção à gravidez seja algo ?dentro da moda? naquela escola", diz.
O material para as oficinas - em todo o Estado, serão 7 mil kits - é fornecido pelo Instituto Kaplan, que busca parcerias para o projeto.
MUDANÇA DE FOCO
A coordenadora do Programa de Saúde do Adolescente do Estado, Albertina Duarte Takiuti, apóia a ampliação do projeto. Ela conta que o foco do combate à gravidez na adolescência em São Paulo mudou há cerca de dez anos, deixando de tratar apenas dos métodos contraceptivos.
Uma pesquisa mostrou que os jovens conheciam os meios de prevenção, mas, na hora da relação sexual, não os colocavam em prática. Segundo Albertina, o vínculo dos adolescentes com os parceiros e o início da vida sexual são precoces, o que faz com que os jovens não tenham firmeza para negociar o uso do preservativo.
O programa passou a trabalhar com um espaço de acolhimento dos jovens, em que eles pudessem discutir aspectos de sua sexualidade e falar do cotidiano. Um dos projetos com essa proposta é a Casa do Adolescente, onde meninos e meninas tratam desde o físico, com ginecologistas, médicos de família e urologistas, até problemas psicológicos."Se ele tem uma atitude firme em relação ao autocuidado, vai ter em relação a uma série de outras coisas, não só com a sexualidade", completa.
Estadão
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