OGLOBO:
Crianças da Rocinha brincam de guerra de quadrilhas
Uma professora do ensino fundamental de uma escola de São Conrado que prefere não se identificar conta que seus alunos, a maioria moradores da Rocinha, há cerca de quatro meses começaram a faltar muito as aulas. Ao convocar os pais, soube que os meninos, entre 10 e 14 anos, passavam a madrugada brincando de guerra de quadrilhas nas ruas da favela. Encapuzados, com armas confeccionadas com PVC, os meninos se dividiam em grupos, denominados por eles de facções: do Valão, da Vila Verde e da Rua Um (localidades da Rocinha).
— Isso nada mais é do que viver o crime. A brincadeira tomou tamanha proporção que os traficantes ordenaram que acabasse. Mas já soube que as crianças voltaram a “guerrilhar” nas ruas da favela.
Segundo a professora, as crianças levam para as salas de aula a torcida pelos traficantes da Rocinha:
— Eles sabem quando vai ter invasão a outras favelas e torcem desde a véspera.
Nem mesmo por questões de saúde moradores são capazes de transpor a barreira. A professora conta que um projeto de atendimento dentário no Vidigal não consegue estender seus serviços à Rocinha:
— As dentistas, que periodicamente percorrem a Rocinha, encaminham crianças para tratamento no Vidigal, mas elas nunca aparecem.
A professora fala do fascínio de seus alunos pelo traficante Bem-te-Vi. Churrasco, tênis novo, bolos e brinquedos conquistam os meninos e muitos acabam no tráfico:
— No Dia de Cosme e Damião, o traficante ofereceu um bolo gigantesco e distribuiu um caminhão de brinquedos.
Crianças da Rocinha brincam de guerra de quadrilhas
Uma professora do ensino fundamental de uma escola de São Conrado que prefere não se identificar conta que seus alunos, a maioria moradores da Rocinha, há cerca de quatro meses começaram a faltar muito as aulas. Ao convocar os pais, soube que os meninos, entre 10 e 14 anos, passavam a madrugada brincando de guerra de quadrilhas nas ruas da favela. Encapuzados, com armas confeccionadas com PVC, os meninos se dividiam em grupos, denominados por eles de facções: do Valão, da Vila Verde e da Rua Um (localidades da Rocinha).
— Isso nada mais é do que viver o crime. A brincadeira tomou tamanha proporção que os traficantes ordenaram que acabasse. Mas já soube que as crianças voltaram a “guerrilhar” nas ruas da favela.
Segundo a professora, as crianças levam para as salas de aula a torcida pelos traficantes da Rocinha:
— Eles sabem quando vai ter invasão a outras favelas e torcem desde a véspera.
Nem mesmo por questões de saúde moradores são capazes de transpor a barreira. A professora conta que um projeto de atendimento dentário no Vidigal não consegue estender seus serviços à Rocinha:
— As dentistas, que periodicamente percorrem a Rocinha, encaminham crianças para tratamento no Vidigal, mas elas nunca aparecem.
A professora fala do fascínio de seus alunos pelo traficante Bem-te-Vi. Churrasco, tênis novo, bolos e brinquedos conquistam os meninos e muitos acabam no tráfico:
— No Dia de Cosme e Damião, o traficante ofereceu um bolo gigantesco e distribuiu um caminhão de brinquedos.
Comentários