G1:
Medida vale para rede municipal e será concomitante à recuperação contínua.
Prefeitura também quer universalizar acesso à pré-escola em parte de SP.
A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo anunciou nesta terça-feira (18) que pretende implantar ainda no primeiro semestre deste ano aulas de recuperação paralela para alunos com dificuldade de aprendizado em português e matemática nos anos do ensino fundamental na rede municipal. De acordo com o secretário Municipal de Educação, Alexandre Schneider, as aulas serão realizadas fora do horário escolar, duas vezes por semana, com duração de duas horas.
O conteúdo foi determinado a partir dos resultados da Prova São Paulo, exame que avalia o desempenho individual dos alunos do ensino fundamental municipal nas duas matérias. Segundo Schneider, o material já está sendo elaborado, mas houve um atraso na entrega, que só deverá ser realizada em abril. Enquanto isso, os professores serão capacitados. As aulas devem ser iniciadas ainda no primeiro semestre, e serão feitas de maneira adicional à recuperação contínua, hoje feita para todos os alunos também em português e matemática.
“Agora nós vamos trabalhar com aqueles alunos que estão em uma avaliação abaixo do básico, para que eles possam, no contraturno, ter a recuperação paralela”, explicou o secretário.
As aulas de reforço em Língua Portuguesa serão dadas pelos professores que atualmente estão na Sala de Apoio Pedagógico. Já no caso da matemática os atuais professores terão um aumento de salário para trabalhar com os alunos nos conteúdos selecionados. Também serão incorporados jogos, para um aprendizado mais lúdico, em salas com alunos de diversas séries. “É uma mudança no processo que a Prefeitura fazia. Nós começamos com a recuperação contínua, porque a gente entendeu que a gente precisava reforçar para todos os alunos”, disse Schneider.
Pré-escolaA novidade foi divulgada durante anúncio dos planos da secretaria para os próximos dois anos. Outra prioridade da Prefeitura é a universalização da pré-escola, que deve ser atingida em partes da cidade ainda em 2011. De acordo com a administração municipal, há quatro anos havia 43 escolas municipais com dois turnos de seis horas de aula. Atualmente, são 494 escolas na mesma situação – apenas 13 manterão três turnos de quatro horas, medida que quer ser excluída da rede pela Prefeitura.
“Em várias áreas da cidade, a gente vai cumprir a meta do governo federal [de universalização da pré-escola] com cinco anos de antecedência. Isso vai possibilitar que no futuro a escola não tenha mais escola ou sala de lata, uma vez que até 2016 é obrigatória a matrícula dos alunos na pré-escola.”
Para o ano letivo de 2011, a secretaria registra 187 mil crianças matriculadas em creches públicas ou conveniadas com a Prefeitura. Uma portaria do Conselho Nacional de Educação do ano passado determinou que crianças de até 3 anos e 11 meses tenham que ser atendidas nas creches – em São Paulo, apenas as com até 3 anos completos eram atendidas. Com isso, 57 mil crianças foram mantidas por um ano a mais nas creches, por dez horas por dia. De acordo com o secretário de Educação, cerca de 100 mil crianças ainda estão na fila por uma vaga nas creches da cidade.
Ciclos
A Prefeitura também informou que está estudando a divisão do ensino fundamental em três ciclos – que é pretendida pela rede estadual de ensino após com a adição recente de um ano ao ensino fundamental. “A medida do Governo do Estado é correta. Nós estamos com dois sistemas de ciclo concorrentes, o de oito anos e o de nove anos. É muito provável que a gente tenha três ciclos de três anos. Não é diminuir o ciclo que vai melhorar a educação. É mais um ponto de controle”, afirmou o secretário de Educação.
A Prefeitura também informou que está estudando a divisão do ensino fundamental em três ciclos – que é pretendida pela rede estadual de ensino após com a adição recente de um ano ao ensino fundamental. “A medida do Governo do Estado é correta. Nós estamos com dois sistemas de ciclo concorrentes, o de oito anos e o de nove anos. É muito provável que a gente tenha três ciclos de três anos. Não é diminuir o ciclo que vai melhorar a educação. É mais um ponto de controle”, afirmou o secretário de Educação.
Outros dois pontos destacados por Schneider durante apresentação das metas da secretaria para os próximos dois anos foram a valorização dos professores – que deverão ter aumento de salários acima da inflação e bônus por desempenho, cuja metodologia ainda é estudada – e a implantação de provas bimestrais de avaliação do sistema de ensino fundamental.
“Nós tínhamos a Prova São Paulo, em seguida a gente lançou a Prova da Cidade, que é semestral, agora nós vamos colocar essa provas bimestralmente seguindo os conteúdos definidos nas expectativas de aprendizagem. Elas não vão ser substituição daquilo que a escola já faz e elas não vão ser inicialmente obrigatórias”, disse o secretário.Juliana Cardilli
G1 SP
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