Pular para o conteúdo principal

Informática com supervisão

Segundo especialistas, crianças podem usar computador aos 3 anos de idade, com moderação

MARIA REHDER, maria.rehder@grupoestado.com.br

As mãos são pequenas, mas já manuseiam o mouse e até clicam nos diferentes links de cores e jogos que o computador oferece. O uso da tecnologia é realidade em muitas pré-escolas, onde crianças a partir de 3 anos acessam sites e interagem com plataformas digitais criadas para elas. Especialistas em tecnologia e em desenvolvimento infantil, porém, são unânimes: o uso do computador nessa faixa etária só é saudável quando feito com moderação e oferecido junto com vasto leque de atividades, como brincadeiras, movimento corporal e interação com outras crianças.

O acesso ao computador em casa também merece atenção. Os personagens mais admirados pelos pequenos, como Hello Kitty, Barbie e Turma da Mônica, já estão reproduzidos em jogos que podem ser facilmente acessados pela internet.

A empresária Maria Luiza Giudicissi Valente, mãe de João, 5 anos, conta que o menino tem tido acesso esporadicamente à internet na escola, mas que não é incentivado a usar o computador em casa. Os professores de João levam a cada quinze dias um laptop para as crianças ajudarem na produção do conteúdo do site da escola. “A prioridade é a brincadeira. Às vezes ele joga game com o pai, mas somos contra ao uso do computador nessa idade.”

A coordenadora da brinquedoteca da PUC-SP, Maria Angela Barbato Carneiro, diz que é fundamental os pais averiguarem se a escola não deixa o número de horas do uso da tecnologia ultrapassar o tempo gasto com outras atividades. É importante estimular atividades que façam as crianças perceber diferentes cheiros, sabores e movimentos. A tecnologia deve ser apenas uma entre as diferentes atividades. “O mais prudente é dar o acesso à tecnologia a partir dos 4 ou 5 anos porque aos três a questão da imagem fala muito forte o que pode criar condicionantes para a criança só ficar na frente do computador.”

Uma orientação importante é que os adultos estimulem as crianças a entender o que estão fazendo no computador. O problema do excesso da tecnologia é que em muitos casos a criança tende a apenas apertar botões para fazer uma série de repetições, o que exige boa agilidade manual, mas não lhe permite descobrir nada novo.

Maria Angela diz que a criança pequena aprende por processo imitativo. Na prática, se gosta do que está fazendo, tende a repetir inúmeras vezes até criar um hábito. “Aí que mora o perigo. Se isso não for dosado, essa criança se torna um aluno que recorta e cola e não apreende conteúdos.”

O neuropediatra da Unifesp, Mauro Muszkat, cita alguns cuidados importantes. “Essa fase é essencialmente lúdica. É preciso garantir na pré-escola mais atividades artísticas, de movimento corporal, do que atividades de instruções.” A ressalva feita pelo neuropediatra é que o computador tem de ser apenas uma das interfaces entre o educador e a criança.

De olho no conteúdo

Em uma mesma sala, alunos de 5 anos com colegas de 60. Quando a professora diz para pegarem o mouse, os pequenos imediatamente pousam a mão sobre o equipamento. Já os mais velhos, o tiraram da mesa e o seguraram. A experiência é citada pela pedagoga Ana Teresa Ralston, gerente de projetos educacionais da Microsoft, para mostrar que a tecnologia já faz parte do cotidiano dos pré-escolares.

A discussão, segundo ela, não é sobre o uso ou não da tecnologia, mas a forma e o tempo dedicados. “É preciso bom senso. Os adultos têm de explorar o recurso junto com a criança. Devem supervisionar o que é acessado”, orienta.

FIQUE DE OLHO

O site www.navegueprotegido.org traz dicas para pais e educadores sobre o acesso
à internet feito por crianças

Crianças de até seis anos têm de contar com a supervisão dos adultos enquanto utilizam
o computador para jogar ou acessar a internet


Jornal da Tarde

Comentários

Postagens mais visitadas na última semana

ENCCEJA 2023

Aplicação do exame será no dia 27 de agosto. De 3 a 14 de abril, os participantes poderão justificar ausência no exame de 2022. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou, nesta quarta-feira, 15 de março, no Diário Oficial da União (DOU), o Edital n.º 19, de 13 de março de 2023, que dispõe sobre as diretrizes, os procedimentos e os prazos do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) 2023. A aplicação para o ensino fundamental e médio será no dia 27 de agosto e ocorrerá em todos os estados e no Distrito Federal.

Política de Privacidade

"Política de Privacidade" "Este blog pode utilizar cookies e/ou web beacons quando um usuário tem acesso às páginas. Os cookies que podem ser utilizados associam-se (se for o caso) unicamente com o navegador de um determinado computador. Os cookies que são utilizados neste blog podem ser instalados pelo mesmo, os quais são originados dos distintos servidores operados por este, ou a partir dos servidores de terceiros que prestam serviços e instalam cookies e/ou web beacons (por exemplo, os cookies que são empregados para prover serviços de publicidade ou certos conteúdos através dos quais o usuário visualiza a publicidade ou conteúdos em tempo pré determinados). O usuário poderá pesquisar o disco rígido de seu computador conforme instruções do próprio navegador. O Google, como fornecedor de terceiros, utiliza cookies para exibir anúncios neste site. Com o cookie DART, o Google pode exibir anúncios para seus usuários com base nas visitas feit

18ª OBMEP

18ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas - OBMEP Acompanhe através da página OBMEP 06/07/2023 - Confira os gabaritos da 1ª fase 01/02/2023 - Inscrições até 17/03/2023 Promovida pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) , a maior competição científica do país reúne todos os anos mais de 18 milhões de estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio. Instituições públicas municipais, estaduais, federais e privadas podem participar. As inscrições são feitas exclusivamente pelas escolas e o prazo vai até 17 de março. A novidade deste ano é o aumento no número de premiações. Além de 8,4 mil medalhas de ouro, prata ou bronze oferecidas em todo o país, serão distribuídas pelo menos outras 20,5 mil medalhas a nível regional. A olimpíada vai conceder ainda o dobro de medalhas para escolas privadas, com o objetivo de incentivar a participação de mais instituições. A nível nacional, serão distribuídas 650 medalhas de ouro, 1.950 de prata e 5.850 b

Lista de blogs relacionados