Problemas de desempenho escolar no ensino fundamental podem ter origem na educação infantil. A psicopedagoga Maria Anita de Souza Castro, especialista nas áreas Clínica e Institucional, considera fundamental para a criança a passagem por uma escola antes do ingresso no 1º ano. “Essa experiência faz com que ela verbalize melhor, se relacione melhor, enfrente melhor os desafios do mundo”, resume. Mas a profissional ressalta a necessidade da escolha do colégio ser bem feita pelos pais.
“Uma boa escola é aquela que oferece estímulos adequados à idade da criança para que ela possa se desenvolver. Ela respeita as condições neurológicas do aluno.” Segundo a especialista, quando isso não ocorre, os efeitos não são percebidos de imediato. “Essas deficiências na educação infantil só terão reflexos nítidos a partir da 5ª série e geralmente estão relacionadas a falhas da estruturação lógica”, explica.
A constatação da psicopedagoga é fundamentada nos atendimentos feitos em seu consultório e também no acompanhamento a ex-alunos da Escola Nova Geração, onde Maria Anita é diretora. A pedagoga Aluá Bianchi Wojciechowski, que é responsável por esse trabalho, diz que os pais, principalmente de crianças menores, erram quando reforçam o caráter assistencialista da escola. “Eles observam só a infra-estrutura do colégio e o carinho que as professores dispensam aos alunos. Isso é indispensável, mas uma escola não deve ser só isso. A criança pode e precisa ser estimulada de forma adequada desde que nasce, pois a partir daí estará sendo formada a base para toda a sua vida.”
A professora Aluá não discorda de quem defende que o básico da infância deve ser brincar muito, mas diz que aprendizagem também pode ocorrer por meio da brincadeira. “Dizer que a criança tem que brincar é o mesmo que dizer que a pessoa tem de sobreviver. Mas é possível usar na escola jogos e brincadeiras que permitem à criança alcançar objetivos pedagógicos bem estruturados.”
Extraído de
Gazeta do Povo
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