Perguntas e respostas
O que é a Provinha Brasil?
A Provinha Brasil é uma avaliação diagnóstica que permite auxiliar professores, coordenadores e gestores a identificar o desempenho de alunos em processo de alfabetização, no 2º ano de escolaridade do Ensino Fundamental. A intenção é que as informações geradas ajudem a compreender quais são as capacidades já dominadas pelos alunos e quais deverão ser apreendidas ao longo do ano escolar.
Para que serve?
A Provinha Brasil serve para oferecer às redes de ensino um instrumento para acompanhar a evolução da qualidade da alfabetização, prevenindo assim, o diagnóstico tardio dos déficits de letramento. Dessa forma, contribui para a melhoria da qualidade de ensino e a redução das desigualdades, em consonância com as metas e políticas estabelecidas pelas diretrizes da educação nacional.
Por que avaliar?
Para saber, a tempo de sanar eventuais problemas, quais capacidades de leitura os alunos possuem e quais capacidades eles não possuem.
Foram identificados, em alunos da 4ª série, problemas como baixa proficiência nas provas de leitura - e a falta de domínio de leitura pode inviabilizar o bom prosseguimento dos estudos. Assim, para atuar preventivamente, é necessário detectar dificuldades e defasagens dos alunos na fase inicial de modo que as intervenções possam acontecer no momento certo.
Quem avalia?
O Ministério da Educação, por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) elaborou um conjunto de instrumentos de avaliação disponibilizado aos gestores das redes. A aplicação fica a critério das Secretarias Estaduais e Municipais de Educação.
Quem aplica?
O instrumento foi criado de modo que possa ser diretamente aplicado pelo professor dos próprios alunos, evitando possíveis problemas com a entrada de pessoas estranhas à sala de aula com crianças nesta idade. Porém, a critério do gestor, outras pessoas devidamente capacitadas para aplicar a prova, como professores de outras turmas ou coordenadores pedagógicos, podem ser utilizadas de forma a minimizar as interferências resultantes da subjetividade da relação entre o professor e o aluno.
Quem corrige?
Os resultados também poderão ser processados pelo próprio professor da turma (ou pelo aplicador do testes), a partir do Guia de correção , que traz as orientações de como corrigir os testes e de como interpretar os dados. Assim, o professor poderá saber o nível de desempenho de sua turma de modo imediato. Da mesma forma, os resultados de cada turma poderão ser coletados e agregados de modo a ser ter um panorama da escola, da regional de ensino ou de toda a rede (municipal ou estadual).
O Caderno do professor/aplicador detalha as habilidades envolvidas nas questões, e poderá subsidiar a análise dos resultados alcançados pelos alunos em processo de alfabetização.
Quem será avaliado?
A Provinha Brasil foi preparada para avaliar a aprendizagem das crianças após um ano de escolarização. Nas escolas cujo Ensino Fundamental tem nove anos de duração (onde as crianças ingressaram aos seis anos de idade) os estudantes deverão fazer a Provinha Brasil quando tiverem sete anos. Já nas escolas que ainda mantêm o Ensino Fundamental com duração de oito anos (ingresso das crianças aos sete anos de idade), os estudantes deverão fazer a Provinha quando tiverem oito anos.
O que se quer é verificar o processo de aquisição de competências por parte dos alunos ao longo de seu processo de alfabetização. Supondo que este processo se inicie, no mínimo, no início do ensino fundamental (independentemente dele ser de 8 ou de 9 anos) a avaliação procura verificar se estas competências estão ou não sendo adquiridas durante o processo.
O que será avaliado?
As questões que compõem o teste da Provinha Brasil foram elaboradas a partir de uma Matriz de Referência, que se constitui em um conjunto de capacidades que dizem respeito tanto ao processo de alfabetização quanto ao letramento. Entendida alfabetização como conhecimentos dos alunos sobre o sistema da escrita e letramento como conhecimentos de como funcionam a leitura e a escrita em situações sociais. A matriz de avaliação é apenas um indicativo. Não é uma matriz curricular, pois apresenta apenas as capacidades que são passíveis de se avaliar em uma situação de teste tal como o proposto.
A matriz de referência está dividida em duas colunas: a primeira põe em destaque o eixo que está sendo avaliado e a segunda descreve as habilidades selecionadas de cada eixo.
Matriz de Referência de Avaliação em Alfabetização e Letramento: Provinha Brasil
Eixo | Descritores de Habilidades |
Apropriação do sistema da escrita | D1. Diferenciar letras de outros sinais gráficos, como os números, sinais de pontuação ou de outros sistemas de representação. |
D2. Identificar letras do alfabeto | |
D3. Reconhecer palavras como unidade gráfica. | |
D4. Distinguir diferentes tipos de letras. | |
D5. Identificar sílabas de palavras ouvidas e/ou lidas. | |
D6. Identificar relações fonema/grafema (som/letra). | |
Leitura | D7. Ler palavras. |
D8. Localizar informação em textos | |
D9. Inferir informação. | |
D10. Identificar assunto de um texto lido ou ouvido. | |
D11. Antecipar assunto do texto com base em título, subtítulo, imagens. | |
D12. Identificar finalidades e funções da leitura em função do reconhecimento do suporte, do gênero e da contextualização do texto. | |
D13. Reconhecer a ordem alfabética. | |
D14. Estabelecer relações de continuidade temática. | |
Escrita | D15. Escrever palavras. |
D16. Escrever frases. | |
D17. Escrever textos.* | |
* Por questões operacionais, o descritor D17 não foi contemplado na primeira edição da Provinha Brasil. |
Como será o teste?
O teste desta primeira edição de 2008 é composto por 24 itens de múltipla escolha, com quatro opções de resposta. Há itens que o aplicador deverá ler em sua totalidade. Outros, o aplicador deverá ler parcialmente. Há, ainda, itens que serão lidos apenas pelos alunos. Há três itens de escrita.
O teste foi organizado por conjuntos de itens, divididos entre aqueles considerados “fáceis”, “médios” e “difíceis” para a etapa da escolaridade à qual se destinam.
A organização dos itens por níveis de complexidade reforça o caráter pedagógico que se quer alcançar com a Provinha Brasil. O equilíbrio entre questões mais “fáceis” e questões mais “difíceis” dará visibilidade às competências exigidas no processo de alfabetização, de modo a integrar as suas diferentes etapas e os diferentes saberes nelas envolvidos.
Nesta primeira versão os testes de escrita e seus manuais de correção se resumirão às habilidades escrever palavras e frases, não se inclui ainda a habilidade de escrever textos pois exige uma grade de correção mais sofisticada, ainda em desenvolvimento.
Os itens de múltipla escolha serão a base para a construção da escala de desempenho, enquanto que os itens de escrita terão uma grade de correção à parte, o que significa que a análise dos resultados deve levar em consideração os dois elementos. A integração dos dois instrumentos numa mesma grade também esta sendo desenvolvida.
Quando será a avaliação?
A proposta é que sejam aplicados instrumentos ao longo do segundo ano de escolarização do Ensino Fundamental. A avaliação poderá ser realizada no início do ano letivo, como uma avaliação de sondagem, e também ao término, com o intuito de verificar o avanço das crianças no processo de alfabetização.
Será aplicada apenas uma prova por ano?
O Inep disponibilizará duas provas, em dois momentos distintos. No primeiro semestre de cada ano, será disponibilizado um instrumento a ser aplicado ainda no início do ano letivo. No segundo semestre, será oferecido novo instrumento, para ser aplicado no final do ano.
Esses testes têm resultados comparáveis e isso possibilitará às secretarias avaliar o progresso no processo de aquisição de competências e habilidades por parte do alunado ao longo deste período de escolarização.
Qual a vantagem de aplicar dois testes no mesmo ano?
A proposta de avaliar no início e ao término do segundo ano de escolarização possibilitará aos professores e gestores educacionais:
a) a realização de um diagnóstico dos níveis de domínio dos códigos e de compreensão da leitura e da escrita que as crianças demonstram já no início do ano letivo;
b) o conhecimento posterior do que foi agregado ao desempenho dessas mesmas crianças ao término desse período;
c) o monitoramento do desenvolvimento de cada criança, com base nas informações coletadas por essa avaliação;
d) o aperfeiçoamento e a reorientação das práticas pedagógicas com vistas à consecução de níveis satisfatórios de alfabetização e letramento.
Quais as informações geradas por esse tipo de avaliação?
Uma avaliação da fase inicial da alfabetização pode trazer para o professor e para o gestor da escola informações que vão contribuir para o aperfeiçoamento e a reorientação das práticas pedagógicas, de modo a permitir níveis mais satisfatórios de alfabetização e letramento do que aqueles apresentados atualmente.
Entre outras informações é possível prever:
- Quais capacidades de leitura e escrita os alunos dominam?
- Quais capacidades de leitura e escrita a escola agregou ao desempenho de seus alunos em um ano de escolaridade?
- Quais dificuldades em leitura e em escrita os alunos apresentam ao final de dois anos de escolaridade?
- Quais capacidades necessitam a ser consolidadas ainda nos anos iniciais do Ensino Fundamental?
Quais os benefícios de participar do processo de avaliação?
A participação numa avaliação como a proposta traz benefícios para todos os envolvidos no processo educativo:
- Os alunos poderão ter suas necessidades melhor atendidas mediante o diagnóstico realizado e, assim, espera-se que o seu processo de alfabetização aconteça satisfatoriamente.
- Os professores alfabetizadores contarão com um instrumental valioso para identificar de forma sistemática as dificuldades de seus alunos, possibilitando a reorientação do que ensinar e de como ensinar. Além disso, as análises e interpretações dos resultados e os documentos pedagógicos a eles relacionados poderão constituir uma fonte de formação.
- Os gestores poderão fazer escolhas bem fundamentadas em sua gestão, ganhando elementos para o planejamento curricular e subsidiar a formação continuada dos professores alfabetizadores, a fim de melhorar a qualidade do ensino em sua rede.
Como participar?
A Provinha Brasil é de adesão voluntária e aberta a todos os gestores das redes públicas estaduais, municipais e do Distrito Federal, bastando que os mesmos procedam da seguinte forma:- realizar a adesão por meio desta página eletrônica, prestando as informações necessárias e declarando concordância com os termos e condições de utilização ali expressos;
- acessar os materiais (Kit) em versão eletrônica por meio de senha própria.
Um total de 3.133 municípios receberão o material impresso. Ele será entregue na secretaria municipal de educação.
O que compõe o KIT Provinha Brasil?
O material da Provinha é composto por:
- Provinha Brasil – Passo a Passo – um guia contendo as principais informações como antecedentes, contextualização, pressupostos, matrizes, metodologia, escala e possibilidades de uso e interpretação das informações;
- Provinha Brasil – Caderno do Aluno - é a prova do aluno a ser impressa e que o aluno usará durante a avaliação – composto por 24 itens de múltipla escolha e 3 itens de escrita;
- Provinha Brasil - Caderno do professor/aplicador – orientações específicas para a aplicação das provas com a reprodução do Caderno do Aluno acrescidos dos comandos e orientações a serem usadas no momento da aplicação. Este documento também contém orientações de correção e comentários pedagógicos sobre a prova;
- Provinha Brasil – Como Entender os Resultados – Guia de Correção” – manual para interpretar os resultados da avaliação;
- Provinha Brasil - Reflexões sobre a prática – orientações, sugestões e ações a serem implementadas no âmbito pedagógico e administrativo.
Qual a diferença entre Provinha Brasil, SAEB e a Prova Brasil?
As principais diferenças entre esta avaliação que está sendo proposta e as já existentes relacionam-se ao tipo de informações produzidas e ao objetivo de cada uma delas.
A Provinha Brasil fornecerá respostas diretamente aos alfabetizadores e gestores da escola, enquanto os resultados do SAEB e da Prova Brasil, embora sejam muito úteis a professores e gestores, permitem informações mais amplas no âmbito do sistema educacional (do país, dos estados, dos municípios e escolas). Reforça-se, assim, a idéia de que esta atual proposta seja uma avaliação diagnóstica – um instrumento pedagógico sem finalidades classificatórias.
O SAEB e a Prova Brasil são avaliações externas, ou seja existe sempre um aplicador externo à rede e aos alunos que participam do processo de avaliação, sendo o INEP o responsável pela aplicação. No caso da Provinha Brasil, o aplicador não necessariamente é elemento externo aos alunos já que a própria rede tem a opção de aplicar os instrumentos com seus próprios professores, cabendo ao INEP a responsabilidade de elaboração e montagem dos instrumentos.
Na Prova Brasil e no SAEB o processamento, as análises, a interpretação e a divulgação dos resultados são de responsabilidade do INEP. Em função da utilização de metodologias e técnicas estatísticas complexas, os resultados de apuração e divulgação não são imediatos. Na Provinha Brasil o processamento e a interpretação dos resultados podem ser feitos pelas próprias redes pois, apesar de o instrumento ter sido construído pelo INEP com rigor estatístico antes de aplicação, ele permite uma leitura e interpretação imediata dos resultados por parte dos professores/gestores das redes.
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