Oficinas em períodos alternados aos das aulas diárias e atendimento psicológico mudaram a realidade de escola no Rio Grande do Sul
BARTIRA BETINI, bartira.betini@grupoestado.com
A Escola Municipal Guerino Cavalli, em Espumoso, cidade a 280 quilômetros de Porto Alegre (RS), conseguiu reduzir a repetência com um projeto simples. Em 2000, o índice chegou a 14%. Hoje, apenas 3% dos alunos ficam retidos em uma das séries do Ensino Infantil ao Fundamental.
A diretora Veranice Guerreiro Pimel conta que o projeto “Desenvolvendo valores e promovendo a auto-estima” , que tem a participação de professores, alunos, pais e membros da comunidade, foi criado para manter o aluno na escola durante todo o dia e, assim, reduzir a repetência com a melhora da qualidade da educação.
Por meio de oficinas específicas de artesanato ou pintura e atividades esportivas ou culturais, ministradas por pessoas que moram ao redor da escola e por alguns dos professores, os alunos não têm mais tempo ocioso depois do período das aulas. “Eles permanecem o dia todo na escola, inclusive, para aulas de reforço. E, mesmo não sendo obrigados, 80% dos alunos participam do projeto”, conta Veranice.
Antes de pôr em prática o desafio, a diretora procurou saber entre os alunos o que poderia retê-los na escola durante todo o dia. “Foi a própria comunidade escolar que escolheu o que estamos desenvolvendo. E o que eles mais gostam são as atividades esportivas, tanto que já temos uma sala cheia de troféus. E olha que antes do projeto nem classificados em nenhum campeonato municipal nós éramos. Hoje somos referência quando fala-se em handebol e futsal.”
Os alunos com deficiência de aprendizagem também mereceram atenção especial e, hoje, recebem atendimento quinzenalmente de uma psicopedagoga e de uma psicóloga. “Temos um caso que surpreendeu a todos. O aluno José Augusto, de 10 anos, estava na 1ª série há 4 anos. Quando ele começou a participar das oficinas, das aulas de reforço e a receber atendimento psicológico, seu desempenho melhorou e, no ano passado, foi promovido para a 2ª série.”
Nos fins de semana também são desenvolvidas algumas atividades, integrando escola e comunidade.
Outra iniciativa
Os bons resultados do projeto acabaram estimulando a diretora Veranice a colocar em prática outro programa. “A questão da repetência está equacionada. Agora queremos sanar as deficiências de leitura, principalmente fora da escola.”
Para tanto, está em andamento o projeto “Eu gosto de ler. E você?” Semanalmente, durante 20 minutos, alunos, professores e funcionários param suas atividades para ler. “Num momento em que ninguém está esperando, tocamos uma sineta e todos vão para o pátio do colégio. Lá, colocamos uma caixa com livros e cada um escolhe o um e dá início à leitura. O interessante é que, na maioria das vezes, os alunos pedem para ficar com o exemplar para terminar a leitura em casa”, conta a diretora, acrescentando que os professores já estão vendo resultados positivos com o estímulo da leitura. “Eles notam que os alunos estão mais motivados ao aprendizado e até já pensam num concurso de poesia.”
TURNO INVERSO
O projeto que desenvolve oficinas em turno inverso ao das aulas foi pensado para manter os alunos envolvidos em atividades recreativas e educacionais
O objetivo central foi ocupar o período contrário ao das aulas, quando eles ficariam na rua, sem ter o que fazer, e com isso baixar os índices de repetência e evasão
O material utilizado nestas oficinas é fornecido pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Espumoso, por meio da secretária Roseli Schmitz, que foi a idealizadora do projeto
A cada ano é notória a melhora no rendimento de alunos com dificuldades na aprendizagem e baixa auto-estima
Extraído de
Jornal da Tarde
23 de maio de 2.007
A diretora Veranice Guerreiro Pimel conta que o projeto “Desenvolvendo valores e promovendo a auto-estima” , que tem a participação de professores, alunos, pais e membros da comunidade, foi criado para manter o aluno na escola durante todo o dia e, assim, reduzir a repetência com a melhora da qualidade da educação.
Por meio de oficinas específicas de artesanato ou pintura e atividades esportivas ou culturais, ministradas por pessoas que moram ao redor da escola e por alguns dos professores, os alunos não têm mais tempo ocioso depois do período das aulas. “Eles permanecem o dia todo na escola, inclusive, para aulas de reforço. E, mesmo não sendo obrigados, 80% dos alunos participam do projeto”, conta Veranice.
Antes de pôr em prática o desafio, a diretora procurou saber entre os alunos o que poderia retê-los na escola durante todo o dia. “Foi a própria comunidade escolar que escolheu o que estamos desenvolvendo. E o que eles mais gostam são as atividades esportivas, tanto que já temos uma sala cheia de troféus. E olha que antes do projeto nem classificados em nenhum campeonato municipal nós éramos. Hoje somos referência quando fala-se em handebol e futsal.”
Os alunos com deficiência de aprendizagem também mereceram atenção especial e, hoje, recebem atendimento quinzenalmente de uma psicopedagoga e de uma psicóloga. “Temos um caso que surpreendeu a todos. O aluno José Augusto, de 10 anos, estava na 1ª série há 4 anos. Quando ele começou a participar das oficinas, das aulas de reforço e a receber atendimento psicológico, seu desempenho melhorou e, no ano passado, foi promovido para a 2ª série.”
Nos fins de semana também são desenvolvidas algumas atividades, integrando escola e comunidade.
Outra iniciativa
Os bons resultados do projeto acabaram estimulando a diretora Veranice a colocar em prática outro programa. “A questão da repetência está equacionada. Agora queremos sanar as deficiências de leitura, principalmente fora da escola.”
Para tanto, está em andamento o projeto “Eu gosto de ler. E você?” Semanalmente, durante 20 minutos, alunos, professores e funcionários param suas atividades para ler. “Num momento em que ninguém está esperando, tocamos uma sineta e todos vão para o pátio do colégio. Lá, colocamos uma caixa com livros e cada um escolhe o um e dá início à leitura. O interessante é que, na maioria das vezes, os alunos pedem para ficar com o exemplar para terminar a leitura em casa”, conta a diretora, acrescentando que os professores já estão vendo resultados positivos com o estímulo da leitura. “Eles notam que os alunos estão mais motivados ao aprendizado e até já pensam num concurso de poesia.”
TURNO INVERSO
O projeto que desenvolve oficinas em turno inverso ao das aulas foi pensado para manter os alunos envolvidos em atividades recreativas e educacionais
O objetivo central foi ocupar o período contrário ao das aulas, quando eles ficariam na rua, sem ter o que fazer, e com isso baixar os índices de repetência e evasão
O material utilizado nestas oficinas é fornecido pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Espumoso, por meio da secretária Roseli Schmitz, que foi a idealizadora do projeto
A cada ano é notória a melhora no rendimento de alunos com dificuldades na aprendizagem e baixa auto-estima
Extraído de
Jornal da Tarde
23 de maio de 2.007
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