A Prefeitura, que tem tomado medidas importantes para melhorar o ensino da rede municipal, deveria voltar agora a sua atenção para o velho problema do déficit de vagas nas creches, que vem se agravando, como mostrou reportagem do JT.
Na periferia, dezenas de milhares de crianças estão sendo duplamente prejudicadas: primeiro, porque não conseguem vagas nas creches públicas, os Centros de Educação Infantil (Ceis); segundo, porque depois, dos 4 aos 7 anos, enfrentam dificuldade no acesso às Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis), que dão prioridade às crianças que freqüentam os Ceis. Muitas têm então de esperar até os 7 anos para finalmente entrar numa Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef), onde chegam em desvantagem com relação às que passaram antes pelas creches e as Emeis.
A reportagem levantou vários casos de crianças nessa situação. Uma das mães ouvidas, que não conseguiu vaga para seu filho em creche, resume bem a situação, ao compará-la com um jogo: 'Se você tem sorte quando seu filho é bebê, tudo fica mais fácil. Caso contrário, as coisas só vão se complicando à medida que a criança cresce.'
Há outro aspecto a considerar. Não é só pela educação que as mães procuram as creches e depois as Emeis, quando seus filhos chegam aos 4 anos. A razão econômica - para poder trabalhar, precisam de local seguro para deixar seus filhos - é também importante. Sem creche, ou encontram parentes que cuidem das crianças ou são obrigadas a abandonar o emprego e uma fonte de renda importante.
Segundo a Secretaria Municipal da Educação, o déficit de vagas nas creches é de cerca de 90 mil. A Prefeitura pretende criar 16 mil novas vagas até o final de 2008 e, além disso, reduzir um pouco mais o déficit por meio de convênio com entidades privadas e organizações não-governamentais. É pouco, como se vê.
A Prefeitura acaba de dar um passo importante para a melhoria do ensino, com o projeto para eliminar o terceiro turno nas escolas municipais, por meio da construção de 70 novas escolas, 300 salas em escolas já existentes e mais 17 Centros Educacionais Unificados (CEUs). É de se esperar que numa etapa seguinte ela concentre esforços para resolver o problema das creches, que se arrasta há muitos anos.
Jornal da Tarde
15 de março de 2.007
Na periferia, dezenas de milhares de crianças estão sendo duplamente prejudicadas: primeiro, porque não conseguem vagas nas creches públicas, os Centros de Educação Infantil (Ceis); segundo, porque depois, dos 4 aos 7 anos, enfrentam dificuldade no acesso às Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis), que dão prioridade às crianças que freqüentam os Ceis. Muitas têm então de esperar até os 7 anos para finalmente entrar numa Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef), onde chegam em desvantagem com relação às que passaram antes pelas creches e as Emeis.
A reportagem levantou vários casos de crianças nessa situação. Uma das mães ouvidas, que não conseguiu vaga para seu filho em creche, resume bem a situação, ao compará-la com um jogo: 'Se você tem sorte quando seu filho é bebê, tudo fica mais fácil. Caso contrário, as coisas só vão se complicando à medida que a criança cresce.'
Há outro aspecto a considerar. Não é só pela educação que as mães procuram as creches e depois as Emeis, quando seus filhos chegam aos 4 anos. A razão econômica - para poder trabalhar, precisam de local seguro para deixar seus filhos - é também importante. Sem creche, ou encontram parentes que cuidem das crianças ou são obrigadas a abandonar o emprego e uma fonte de renda importante.
Segundo a Secretaria Municipal da Educação, o déficit de vagas nas creches é de cerca de 90 mil. A Prefeitura pretende criar 16 mil novas vagas até o final de 2008 e, além disso, reduzir um pouco mais o déficit por meio de convênio com entidades privadas e organizações não-governamentais. É pouco, como se vê.
A Prefeitura acaba de dar um passo importante para a melhoria do ensino, com o projeto para eliminar o terceiro turno nas escolas municipais, por meio da construção de 70 novas escolas, 300 salas em escolas já existentes e mais 17 Centros Educacionais Unificados (CEUs). É de se esperar que numa etapa seguinte ela concentre esforços para resolver o problema das creches, que se arrasta há muitos anos.
Jornal da Tarde
15 de março de 2.007
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