Ricardo Westin e Luciana Constantino
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ao comentar ontem a qualidade do ensino no Estado, defendeu a volta de procedimentos que para ele “saíram de moda”, como as “provinhas” para acompanhar o desempenho pedagógico dos estudantes e a memorização de tabuadas.
Serra citou ações adotadas pelo governo para tentar melhorar o quadro. Entre elas estão a implantação de dois professores por sala de aula da 1ª série do ensino fundamental, o chamado programa Bolsa Formação, e mudanças na avaliação.
Em recente estudo do Ministério da Educação, São Paulo acompanhou a tendência nacional de queda nas médias obtidas por alunos do ensino fundamental no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) entre 1995 e 2005. Um exemplo disso é que a média dos alunos de 8ª série da rede estadual de São Paulo na prova de língua portuguesa foi de 228,4 pontos em 2005, enquanto havia ficado em 265,2 pontos em 1995. No caso de matemática, as notas médias desses estudantes ficaram em 230,2 e 254,7, respectivamente.
“Estou insistindo muito na volta de procedimentos tradicionais de ensino, como memorizar a tabuada, que é uma coisa que saiu de moda. Não vejo outra maneira de saber quanto é 9 vezes 7 senão memorizando que é 63. Os jornalistas aqui são jovenzinhos e estudaram pelos métodos construtivistas. A pessoa entende como chega lá, mas não sabe de memória. Defendo que se memorize a tabuada. É memorex”, disse Serra.
Ao defender a avaliação, afirmou: “Uma coisa é ter progressão continuada e outra é não fazer avaliação nenhuma. Isso tudo a gente está trabalhando, mas não espere resultados milagrosos a curto prazo. Esse é o trabalho de construção de um sistema de educação melhor”.
Na semana passada, a Secretaria da Educação criou oficialmente o Bolsa Formação, por meio do qual serão oferecidas 3.260 vagas a alunos de cursos de Pedagogia, Normal Superior e Letras interessados em trabalhar na 1ª série do ensino fundamental da rede estadual. Esses alunos serão auxiliares pedagógicos dos professores. Receberão bolsa mensal de R$ 500. O programa terá participação de instituições de ensino superior.
Extraído de
O Estado de São Paulo
08 de março de 2.007
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