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Estado prepara avaliações mais rígidas

Entrevista

Maria Lúcia Vasconcelos, secretária estadual de Educação
Mudanças em provas internas bimestrais vão ocorrer em 2008, junto com definição de currículo mínimo para cada série

Emilio Sant'Anna

Mesmo sob críticas de educadores e representantes do sindicato dos professores (Apeoesp), a secretária estadual de Educação Maria Lúcia Vasconcelos disse ontem em entrevista ao Estado que as mudanças no ciclo de progressão continuada devem ser implantadas em 2008. E adianta que essa não será a única alteração nas 5.306 escolas paulistas para o próximo ano.

De acordo com Maria Lúcia, outras mudanças estão previstas, como a definição de um currículo mínimo para cada série e regras mais rígidas para avaliações internas bimestrais.

Por que mudar os ciclos de progressão continuada?

Tive reuniões com muitos setores da educação e uma das questões permanentes era a necessidade de se rever a progressão continuada. Isso veio para mim como um anseio dos próprios professores e diretores. Depois de avaliar os resultados do Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de SP, que revelou fraco rendimento em matemática e regular em leitura dos alunos do ensino fundamental e médio), percebemos que seria melhor instituir ciclos menores para que a avaliação acontecesse em tempo mais curto. Quatro anos é um tempo muito grande.

Essa medida é suficiente?

Outras ações devem ser acopladas, como melhorar o processo de alfabetização e estabelecer expectativas de aprendizagem para cada uma das séries, tanto do ensino fundamental quanto do ensino médio, coisa que hoje não existe.

Qual o resultado esperado com essa medida?

Temos de definir essas expectativas para que se saiba exatamente o que será avaliado quando a criança chegar ao término desse ciclo. É preciso garantir essa homogeneidade para que exista de fato uma rede de ensino.

Diminuir os ciclos e implantar novas avaliações pode mostrar mais índices negativos nas avaliações?

A expectativa é que ao fazermos uma avaliação em um período mais curto possamos auxiliar os alunos em um tempo mais curto também. Hoje a recuperação de ciclo ocorre depois de quatro anos, agora vai acontecer em dois anos. Também será mais fácil para esse aluno rever o conteúdo desse ciclo do que rever o conteúdo de quatro anos. A correção será mais fácil de fazer.

Alguns educadores afirmam que não adianta diminuir os ciclos se não tiver uma estrutura de auxílio pedagógico aos alunos ...

A progressão continuada é apenas uma de nossas preocupações. A recuperação paralela nunca deixou de existir no Estado. Mesmo com a progressão continuada de quatro anos, nada impedia que as escolas fossem formando turmas de recuperação paralela e os alunos com dificuldades fossem atendidos, porque as avaliações temporárias também sempre existiram. Onde isso não ocorreu foi um desvio da própria idéia da progressão continuada.

Estamos falando das avaliações bimestrais?

Exatamente. Hoje temos avaliações mas não sabemos do que elas resultam. Se apenas somos avaliados externamente, mas não cuidamos da avaliação interna, vamos ter sempre de justificar o injustificável.

A diminuição vai causar aumento no número de alunos retidos?

Provavelmente.

As escolas têm estrutura para isso?

É o que estamos providenciando em 2007 .Temos de montar salas novas, ter professores para essas turmas. Por isso estamos fazendo uma revisão em toda a rede para que possamos implantar o programa em 2008. Tenho dois anos pra arrumar a casa e dar conta dessa nova demanda.

Existem verbas para isso?

Sim. Quando digo isso não quero dizer que estou nadando em dinheiro. Neste momento acho que tenho dinheiro para fazer o que tenho de fazer. Não posso ficar dizendo que o dinheiro não dá, tenho de trabalhar com o que tenho.


Extraído de

O Estado de São Paulo

08 de março de 2.007

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