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Superdotado ganha sala especial fora do colégio

Projeto em São José dos Campos quer evitar que talentos se percam pela falta de estímulo

Simone Menocchi

Pioneiro na rede pública de ensino no Estado de São Paulo, um projeto desenvolvido pela Prefeitura de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, vai selecionar alunos com potencial “acima da média” para criar salas de aulas complementares para os superdotados.

Entre os 36 mil estudantes do ensino fundamental (antigo 1º grau) na cidade, 1.600 foram apontados com aptidões superiores para o aprendizado em diferentes áreas. Outra seleção ainda deve ocorrer e, ao final, serão convidados para participar da primeira fase do projeto cerca de 300 crianças e adolescentes.

Diferentemente do que se imagina, não são superdotados apenas os alunos “inteligentes”, que tiram nota 10 em todas as matérias. “São alunos com altas habilidades aqueles com talentos em diferentes áreas como artes, esportes e exatas”, explica a diretora de Educação Integrada da rede pública municipal, Rosemary Faria Assad. Ou seja, um jovem pode ser ruim em matemática, mas ainda assim ser um superdotado - basta ser talentoso em outra área, como a música.

O Censo Escolar de 2004 apontou apenas 2.006 superdotados nas escolas públicas e particulares do País. O número, para o Ministério da Educação, é subestimado, pois muitos professores não conseguem identificar esse tipo de estudante.

Foi integrando os alunos com deficiências físicas e mentais às classes regulares que os professores começaram a perceber, há alguns anos, que não eram apenas os estudantes com reduzidas habilidades que precisavam de atenção especial. “Era necessário ampliar essa visão e olhar também para aqueles cujo potencial era acima da média”, conta a diretora.

Antes de identificar quem eram os alunos com altas habilidades, foram os professores que passaram por cursos para aprender a detectar os talentos. Freqüentaram seminários e estudaram conceitos de inteligência, precocidade, talento e aprenderam a identificar as características desses alunos e a trabalhar com eles e as famílias.

“Vamos explicar para as famílias os motivos pelos quais seus filhos estarão freqüentando outro tipo de ensino, outras aulas”, diz a psicóloga Célia Raposo, que atua no treinamento dos professores. “Até agora nenhum aluno sabe se está ou não selecionado para o projeto. Usamos apenas as iniciais dos nomes para não provocar nenhuma expectativa.” A psicóloga disse que as famílias também terão de ser orientadas.

Entre as características observadas nos alunos diariamente estão o desempenho nas artes, no esporte, na resolução de problemas, na comunicação e na liderança, por exemplo.

As aulas em salas especiais, sempre em horário extra-escolar, começam em abril e vão ocorrer em dois núcleos duas vezes por semana. “As aulas servirão para aprofundar os estudos e estimular as habilidades que eles já têm.” Os superdotados podem perder suas habilidades simplesmente pela falta de estímulo.

Se o projeto der resultado, mais alunos serão selecionados para as classes especiais.


Extraído de

O Estado de São Paulo

28 de janeiro de 2.007

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