no Estadão:
USP pode ter a primeira reitora de sua história
Suely Vilela, pró-reitora de Pós-Graduação, foi escolhida como a primeira da lista tríplice para reitor da instituição
São Paulo - A Universidade de São Paulo (USP) pode ter sua primeira reitora em quase 72 anos de história. A farmacêutica Suely Vilela, atual pró-reitora de Pós-Graduação, foi escolhida nesta terça-feira como a primeira da lista tríplice para reitor da instituição. Os outros dois são Adilson Avansi e Hélio Nogueira da Cruz.
Ela chorou ao constatar seus 154 votos entre 269 possíveis.
"Isso mostra que a universidade está mudando paradigmas", disse Suely, referindo-se à sua escolha. Pelas regras da eleição, o candidato que conseguisse a maioria dos votos no escrutínio inicial ficaria no topo da lista que é enviada ao governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB).
A prerrogativa da escolha do reitor é do governador, mas ele tradicionalmente opta pelo primeiro colocado.
A lista foi entregue ao vice-governador Cláudio Lembo para que fosse repassada a Alckmin antes de seu embarque para Israel, às 22h30. O novo reitor ou reitora toma posse no dia 26.
Durante a tarde, outros três escrutínios ocorreram até que saíssem os nomes de Avansi e Cruz.
Vice-reitora
Até hoje, apenas uma mulher, em 1997, a então vice-reitora e professora da Faculdade de Educação Miriam Krasilchik, havia entrado na lista, mas em segundo lugar.
Nascida em Ilicínea, interior de Minas, Suely entrou na USP nos anos 70 para cursar Farmácia Bioquímica em Ribeirão Preto, unidade onde foi eleita diretora em 1998.
Fez mestrado, doutorado, pós-doutorado, livre-docência na USP e, em 1996, tornou-se professora titular do departamento de Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas.
Suely tem 51 anos, um filho e ficou conhecida por combater os cursos pagos de pós-graduação, como MBAs e especializações. Ela tirou o status que tinham, transferindo-os para a categoria de curso de extensão.
Prioridades
Na sua primeira entrevista depois do resultado, disse ser contra as cotas raciais e revelou um possível futuro projeto chamado Universidade na Escola Pública, com atuação da USP na formação dos alunos e professores do ensino básico.
"Minhas prioridades serão a graduação e a inclusão social", disse. Mesmo sem uma posição oficial, sabe-se que Suely era a candidata do atual reitor Adolpho José Melfi. "Fiquei feliz porque a eleição ocorreu normalmente, apesar do protesto", disse ele.
Podiam participar do segundo turno 301 eleitores - membros do Conselho Universitário e de conselhos centrais. Cerca de 85% deles são professores; o restante é de representantes de estudantes e de funcionários. No primeiro escrutínio, Suely teve maioria. No segundo, nenhum obteve.
No terceiro, não era mais necessária a maioria dos votos e ficaram na lista, em segundo e terceiro lugar, Avansi, 62 anos, geógrafo, pró-reitor de Cultura e Extensão, e Cruz, de 56 anos, economista e atual vice-reitor.
Tumulto
A manifestação reuniu cerca de cem alunos, vestidos com fantasias que lembravam cardeais na escolha do papa. "Esse processo eleitoral é tão absurdo que só pode ser comparado à Igreja", disse o diretor do Diretório Central Estudantil (DCE) da USP, Rodolfo Vianna.
Segundo ele, a violência dos estudantes não foi uma determinação do DCE. Por cerca de meia hora, alguns alunos esmurraram a porta blindada, segurada pela guarda universitária. Líderes do movimento estudantil pediam que seus colegas parassem.
A Polícia Militar foi chamada, mas depois que apuração foi transferida para outra sala trancada eles desistiram.
USP pode ter a primeira reitora de sua história
Suely Vilela, pró-reitora de Pós-Graduação, foi escolhida como a primeira da lista tríplice para reitor da instituição
São Paulo - A Universidade de São Paulo (USP) pode ter sua primeira reitora em quase 72 anos de história. A farmacêutica Suely Vilela, atual pró-reitora de Pós-Graduação, foi escolhida nesta terça-feira como a primeira da lista tríplice para reitor da instituição. Os outros dois são Adilson Avansi e Hélio Nogueira da Cruz.
Ela chorou ao constatar seus 154 votos entre 269 possíveis.
"Isso mostra que a universidade está mudando paradigmas", disse Suely, referindo-se à sua escolha. Pelas regras da eleição, o candidato que conseguisse a maioria dos votos no escrutínio inicial ficaria no topo da lista que é enviada ao governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB).
A prerrogativa da escolha do reitor é do governador, mas ele tradicionalmente opta pelo primeiro colocado.
A lista foi entregue ao vice-governador Cláudio Lembo para que fosse repassada a Alckmin antes de seu embarque para Israel, às 22h30. O novo reitor ou reitora toma posse no dia 26.
Durante a tarde, outros três escrutínios ocorreram até que saíssem os nomes de Avansi e Cruz.
Vice-reitora
Até hoje, apenas uma mulher, em 1997, a então vice-reitora e professora da Faculdade de Educação Miriam Krasilchik, havia entrado na lista, mas em segundo lugar.
Nascida em Ilicínea, interior de Minas, Suely entrou na USP nos anos 70 para cursar Farmácia Bioquímica em Ribeirão Preto, unidade onde foi eleita diretora em 1998.
Fez mestrado, doutorado, pós-doutorado, livre-docência na USP e, em 1996, tornou-se professora titular do departamento de Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas.
Suely tem 51 anos, um filho e ficou conhecida por combater os cursos pagos de pós-graduação, como MBAs e especializações. Ela tirou o status que tinham, transferindo-os para a categoria de curso de extensão.
Prioridades
Na sua primeira entrevista depois do resultado, disse ser contra as cotas raciais e revelou um possível futuro projeto chamado Universidade na Escola Pública, com atuação da USP na formação dos alunos e professores do ensino básico.
"Minhas prioridades serão a graduação e a inclusão social", disse. Mesmo sem uma posição oficial, sabe-se que Suely era a candidata do atual reitor Adolpho José Melfi. "Fiquei feliz porque a eleição ocorreu normalmente, apesar do protesto", disse ele.
Podiam participar do segundo turno 301 eleitores - membros do Conselho Universitário e de conselhos centrais. Cerca de 85% deles são professores; o restante é de representantes de estudantes e de funcionários. No primeiro escrutínio, Suely teve maioria. No segundo, nenhum obteve.
No terceiro, não era mais necessária a maioria dos votos e ficaram na lista, em segundo e terceiro lugar, Avansi, 62 anos, geógrafo, pró-reitor de Cultura e Extensão, e Cruz, de 56 anos, economista e atual vice-reitor.
Tumulto
A manifestação reuniu cerca de cem alunos, vestidos com fantasias que lembravam cardeais na escolha do papa. "Esse processo eleitoral é tão absurdo que só pode ser comparado à Igreja", disse o diretor do Diretório Central Estudantil (DCE) da USP, Rodolfo Vianna.
Segundo ele, a violência dos estudantes não foi uma determinação do DCE. Por cerca de meia hora, alguns alunos esmurraram a porta blindada, segurada pela guarda universitária. Líderes do movimento estudantil pediam que seus colegas parassem.
A Polícia Militar foi chamada, mas depois que apuração foi transferida para outra sala trancada eles desistiram.
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