Escola pública põe mais alunos na Fuvest
FÁBIO TAKAHASHI
da Folha de S.Paulo
A participação dos estudantes das escolas públicas no vestibular da Fuvest, o maior e mais importante do país, bateu recorde neste ano: chegou a 41,8% dos inscritos.
O índice é o maior desde 1987, quando a Unicamp saiu do processo seletivo. Neste período, a menor porcentagem foi de 29,5% em 1999 e em 1997.
O aumento da participação da rede pública ocorreu devido à elevação no número de isenções da taxa de inscrição (que custou R$ 105). A Fuvest constatou que a questão financeira impedia que muitos desses alunos prestassem o vestibular. Por isso decidiu ampliar para 65 mil o número de beneficiados. E também divulgou mais a medida nas escolas.
A primeira fase do exame será no próximo domingo. Este é o vestibular com o maior número de inscritos: 170.474 candidatos.
Apesar do aumento, os 41,8% ainda são baixos comparados ao peso desse sistema no Estado: 85% dos estudantes do ensino médio estão nas escolas públicas, segundo o Censo Escolar 2005.
Para tentar atenuar essa discrepância, a USP criou neste ano um grupo de trabalho para avaliar o vestibular e encontrar métodos para que se aumente o número de aprovados desse sistema.
No vestibular para ingresso neste ano, enquanto os alunos da rede pública representaram 38,6% dos inscritos, eles foram apenas 20,1% dos aprovados.
"Há muitos estudantes bons da escola pública que não passam por poucos pontos", afirma o coordenador do grupo de trabalho, Mauro Bertotti.
A universidade ainda não definiu de que modo poderá ajudar esse aluno. Uma alternativa é atuar na formação dos estudantes, dando um "reforço" no ensino. As mudanças poderão ocorrer no próximo processo seletivo.
Para os movimentos sociais, a maior presença dos alunos da escola pública na Fuvest é um avanço. Mas ainda pequeno.
"Primeiramente, queremos parabenizar a USP por compreender que as isenções são importantes", afirma o coordenador da Educafro, frei Davi Santos. "Porém, ainda é quase nada. Basta ver o número de alunos da rede pública e o de inscritos na Fuvest."
Já o coordenador do MSU (Movimento dos Sem-Universidade), Sérgio Custódio, diz que a USP só aumentou o número de isenções por pressão dos movimentos sociais. Para ele, todos os alunos da rede pública deveriam receber tal benefício. "Eles já estão em grande desvantagem com relação aos dos colégios particulares."
Além de aumentar as isenções neste ano, a Fuvest, pela primeira vez, enviou informativos para os cerca de 3.000 colégios da rede pública do Estado que possuem ensino médio. Com isso, as 65 mil isenções foram preenchidas. No último processo seletivo, das 60 mil isenções oferecidas, sobraram quase 20 mil.
No vestibular, são oferecidas 9.952 vagas na USP, 100 para na Santa Casa e 195 na Academia de Polícia Militar do Barro Branco.
FÁBIO TAKAHASHI
da Folha de S.Paulo
A participação dos estudantes das escolas públicas no vestibular da Fuvest, o maior e mais importante do país, bateu recorde neste ano: chegou a 41,8% dos inscritos.
O índice é o maior desde 1987, quando a Unicamp saiu do processo seletivo. Neste período, a menor porcentagem foi de 29,5% em 1999 e em 1997.
O aumento da participação da rede pública ocorreu devido à elevação no número de isenções da taxa de inscrição (que custou R$ 105). A Fuvest constatou que a questão financeira impedia que muitos desses alunos prestassem o vestibular. Por isso decidiu ampliar para 65 mil o número de beneficiados. E também divulgou mais a medida nas escolas.
A primeira fase do exame será no próximo domingo. Este é o vestibular com o maior número de inscritos: 170.474 candidatos.
Apesar do aumento, os 41,8% ainda são baixos comparados ao peso desse sistema no Estado: 85% dos estudantes do ensino médio estão nas escolas públicas, segundo o Censo Escolar 2005.
Para tentar atenuar essa discrepância, a USP criou neste ano um grupo de trabalho para avaliar o vestibular e encontrar métodos para que se aumente o número de aprovados desse sistema.
No vestibular para ingresso neste ano, enquanto os alunos da rede pública representaram 38,6% dos inscritos, eles foram apenas 20,1% dos aprovados.
"Há muitos estudantes bons da escola pública que não passam por poucos pontos", afirma o coordenador do grupo de trabalho, Mauro Bertotti.
A universidade ainda não definiu de que modo poderá ajudar esse aluno. Uma alternativa é atuar na formação dos estudantes, dando um "reforço" no ensino. As mudanças poderão ocorrer no próximo processo seletivo.
Para os movimentos sociais, a maior presença dos alunos da escola pública na Fuvest é um avanço. Mas ainda pequeno.
"Primeiramente, queremos parabenizar a USP por compreender que as isenções são importantes", afirma o coordenador da Educafro, frei Davi Santos. "Porém, ainda é quase nada. Basta ver o número de alunos da rede pública e o de inscritos na Fuvest."
Já o coordenador do MSU (Movimento dos Sem-Universidade), Sérgio Custódio, diz que a USP só aumentou o número de isenções por pressão dos movimentos sociais. Para ele, todos os alunos da rede pública deveriam receber tal benefício. "Eles já estão em grande desvantagem com relação aos dos colégios particulares."
Além de aumentar as isenções neste ano, a Fuvest, pela primeira vez, enviou informativos para os cerca de 3.000 colégios da rede pública do Estado que possuem ensino médio. Com isso, as 65 mil isenções foram preenchidas. No último processo seletivo, das 60 mil isenções oferecidas, sobraram quase 20 mil.
No vestibular, são oferecidas 9.952 vagas na USP, 100 para na Santa Casa e 195 na Academia de Polícia Militar do Barro Branco.
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