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Diversão eletrônica e perigosa

Érica Ferreira

Os jogos eletrônicos, cada vez mais próximos das brincadeiras infantis, podem oferecer riscos à saúde e à constituição da identidade das crianças e adolescentes. Mas, ao contrário de proibir, especialistas em saúde e psicologia recomendam o monitoramento do uso de videogames e internet. Controle do tempo dedicado à diversão, localização estratégica das máquinas, conhecimento do conteúdo dos jogos e diálogo aberto são dicas que podem ajudar. Neste caso, a tecnologia, invés de isolar, pode se tornar um vínculo familiar.

O uso abusivo dos games e da internet, pode ocasionar prejuízos à saúde da criança, como explica a neuropediatra Jane Estela Carlos. A especialista cita sedentarismo, obesidade, distúrbio do sono, ansiedade, agressividade, dores de cabeça, problemas de coluna e de vista como consequência da prática em excesso. “No caso do vídeo-game a convulsão é um perigo real. Recentemente, tive um paciente epiléptico com crises repetitivas, os remédios não estavam controlando. Foi após uma avaliação minuciosa com a mãe que descobri que ele abusava dos games violentos”, exemplifica Jane. De acordo com a neuropediatra, a brincadeira na telinha ainda pode oferecer dificuldades de concentração no ambiente escolar.

No jogo em que matar é a meta, para vencer é preciso escolher uma personagem forte, agressiva, poderosa e bonita, critérios que podem servir como referência na formação de uma identidade ditada pela indústria cultural, como defende a professora da faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG), Sílvia Rosa Zanolla, doutora em Psicologia Escolar pela Universidade de São Paulo (USP). “A preferência pelas personagens é um indicativo da padronização, massificação e generalização do senso-comum. Definições como bem e mal, geralmente, não estão inclusas no momento da escolha. “Para a doutora, a banalização da violência não pode ser justificada com o argumento de que ela participa do cotidiano.

Ciente de que os filhos não podem ser privados do contato com a tecnologia, a neuropediatra, que também é mãe de um adolescente, aplica algumas regras em casa e garante resultados positivos. Para virar o jogo, Jane orienta que os computadores devem ser colocados em locais de convívio comum e nunca no quarto. A questão do tempo também é abordada. “O ideal é que o acesso à internet não demore mais que duas horas. No caso do vídeo-game o período é o mesmo, porém é preciso fazer intervalo de 15 minutos a cada 45 de jogo. “Para não atrapalhar o rendimento escolar, as tarefas devem ser priorizadas. E a diversão ao ar livre não pode ser deixada de lado. “Também não aconselho idas a lan-houses, a não ser na companhia de responsáveis.”

A doutora em psicologia escolar destaca que a senha do jogo é o limite. “Radicalismo está fora da brincadeira, os pais devem perceber se a diversão virou dependência. Todo tipo de dependência é prejudicial.” Silvia pede para que os pais estimulem hábitos saudáveis nas crianças, como passeios e leituras.

“Também sou mãe e imponho limites. Eles brigam, mas nós queremos o melhor”, diz. Segundo a professora, os jogos devem ser oferecidos conforme a maturidade da criança. No caso da internet, o monitoramento do acesso é a melhor forma para evitar a violência da rede.


“GAME OVER” PARA ABUSOS NA DIVERSÃO ELETRÔNICA

A auxiliar Administrativa, Luciana Oliveira Siqueira, 34, já se descabelou, gritou, quebrou computador e, até mesmo, deixou de pagar a conta do telefone para interromper o acesso do seu filho à internet. “Meu filho deixava de comer para ficar na frente da tela.” Contudo, hoje, Luciana vive outra realidade. Ela resolveu fazer o teste e aplicou as dicas dos especialistas em casa. “Deu certo, agora tem hora certa para tudo e estamos vivendo em paz.”

Pedro Henrique Cardoso Siqueira, 12, desde os cinco anos é vidrado na diversão eletrônica. Já deixou de jogar futebol e brincar com os amigos por causa da internet, segundo a mãe. “Ele já se recusou a viajar com a família para a chácara, porque lá não tinha internet”, reclama. Para mudar a situação, Luciana fez uma revolução em casa. Abriu o jogo, conversou bastante até que ambos chegassem a um acordo. Agora, o computador fica na sala, não se come em frente à tela e Pedro Henrique pode brincar com o game apenas duas horas por dia.

Além disso, Luciana combinou com seu filho que se o seu rendimento escolar cair ele muda de escola. “Ele adora o colégio onde estuda. Então, mudá-lo é uma grande sacada.” Como Luciana trabalha fora de casa, Pedro Henrique fica durante a manhã na empresa junto com a mãe. Lá ele lê gibis, brinca de colorir e desenhar e ainda faz suas tarefas escolares. Depois, à tarde, vai para a escola. Após aplicar as mudanças, Luciana fez um check-up em Pedro Henrique e constatou que ele não tem problemas de coluna e vista.

JORNAL HOJE NOTÍCA - GOIÂNIA

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