Em 2007, havia 14,1 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais, o que equivale a 10% dessa faixa da população
JACQUELINE FARID - Agencia Estado
RIO - A taxa de analfabetismo prosseguiu na trajetória de queda no País em 2007, mas o Brasil ainda está atrás de países como Bolívia e Paraguai nesse indicador, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), relativa ao ano passado, divulgada nesta quinta pelo IBGE. Em 2007, havia 14,1 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais de idade no País, com taxa de analfabetismo de 10%, ante 10,4% em 2006. Em 1992, a taxa era de 17,2%.
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Apesar do novo recuo apurado na taxa no ano passado, o País continua muito aquém de outros países da América Latina. Segundo dados de projeção da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para taxas de analfabetismo na América Latina em 2007, reunidos pelo IBGE, a taxa brasileira é superior à apurada em países como Bolívia (9,7%), Suriname (9,6%), Paraguai (6,3%), Argentina (2,4%) e Chile (3,5%), entre outros. Com taxas maiores que o Brasil estão outros sete países latino-americanos, como Haiti (37,9%), Guatemala (26,8%), Nicarágua (19,5%) e República Dominicana (10,9%).
A taxa de analfabetismo brasileira tem variações significativas entre as grandes regiões do País. Em 2007, chegava a 19,9% no Nordeste, enquanto não ultrapassava 5,4% no Sul. No Sudeste era de 5,7%, no Norte de 10,8% e no Centro-Oeste, de 8,1%. Houve diferença também, no ano passado, entre a taxa apurada para os homens (10,2%) e para as mulheres (9,8%).
Há também variações significativas entre as diversas faixas etárias. Enquanto na faixa etária da taxa oficial de analfabetismo (15 anos ou mais de idade) chegava a 10% em 2007, para a população de 25 anos ou mais, a taxa era bem superior, de 12,5%. Para a faixa de 10 a 14 anos era bem menor (3,1%). Em todas as faixas, o Nordeste liderava com taxas bem acima da média nacional.
População
A Pnad relativa ao ano passado confirmou a manutenção da tendência do envelhecimento populacional no País, além do aumento no número de pretos e queda no número de brancos. A população acima de 40 anos de idade aumentou 4,2% em 2007 ante o ano anterior, enquanto a população mais jovem, de zero a 14 anos, teve queda de 0,7%.
Segundo a Pnad, em 2007 as mulheres correspondiam a 51,2% (ou 97,2 milhões de pessoas) da população residente e os homens, a 48,8% (ou 92,6 milhões). Em 2006, a distribuição por sexo na população residente apontava 51,3% de mulheres e 48,7% de homens, ou seja, praticamente não houve alteração de um ano para o outro.
No que diz respeito à raça, a Pnad mostra que a população preta passou de 6,9% do total da população brasileira em 2006 para 7,4% em 2007, com aumento, em números absolutos, de 1,2 milhão de pretos. Houve aumento, no período, no porcentual de pretos nas populações do Nordeste (7,8% para 8,5%), Sudeste (7,7% para 8,4%), Sul (3,6% para 4,3%) e Centro-Oeste (5,7% para 6,6%). O único recuo ocorreu no Norte (6,2% para 5,5%).
A população branca passou de 49,7% em 2006 para 49,4% em 2007, sendo que as maiores quedas ocorreram nas regiões Sul (79,6% para 78,7%) e Centro-Oeste (43,0% para 41,1%).
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