Reforço escolar para alunos com dificuldades de aprendizagem deve começar o mais cedo possível. Todas as escolas têm o dever legal de oferecer esse apoio
Publicado em 27/05/2008 | Andréa MoraisSegundo a professora Maria Sílvia Bacila Winkeler, coordenadora do curso de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação estabelece que todo estudante deve ter acesso à recuperação paralela. “O que pode mudar é a interpretação de cada escola. Mas, qualquer que seja esse entendimento, o certo é que a instituição ofereça alguma atividade durante o processo de aprendizagem, e não só no fim do ano”, frisa.
Modelos
O tipo de reforço oferecido pode variar bastante. Na rede municipal de Curitiba, segundo a diretora do Departamento de Ensino Fundamental, Nara Salamunes, as professoras avaliam suas turmas e, quando identificam estudantes que precisam do apoio, a oferta é no contraturno. Mas o trabalho depende da disponibilidade de tempo da própria regente ou de sua auxiliar, que já dá um suporte individualizado durante as aulas. Nas 29 escolas de tempo integral do município, o atendimento pedagógico é rotina, independentemente de o aluno apresentar ou não necessidade.
A rede estadual têm um trabalho especial destinado aos alunos de 5ª série, ano em que a reprovação costuma ser maior. A chefe do Departamento de Educação Básica da Secretaria Estadual de Educação, Mary Lane Hutner, explica que a intenção é trabalhar conteúdos de Português e Matemática considerados pré-requisitos para a série e que não foram assimilados durante os anos iniciais da educação fundamental. Para as outras séries, a possibilidade de reforço existe, mas só quando solicitado pelos diretores das escolas.
Na rede particular, o Positivo está entre as escolas que optam pelo reforço no contraturno. Conforme a orientadora educacional Noely Rocha Raymundo, a rede tem duas modalidades de apoio. O programa especial de estudos, direcionado para alunos vindos de outras escolas ou que no ano anterior tiveram problemas de aprendizagem, trabalha com os conteúdos que são pré-requisitos para o bimestre. Já o reforço é destinado aos alunos que encontram dificuldades com o conteúdo que está sendo ministrado durante o ano letivo.
A Escola Nossa Senhora do Sion não oferece o modelo institucionalizado de apoio. Segundo a supervisora Hilda Maria Heller, por ter uma metodologia diferenciada, o colégio opta pelo reforço preventivo, no qual, durante as aulas, o apoio necessário já é oferecido. Além disso, o colégio sempre deixa os pais cientes dos problemas dos filhos “A comunicação é feita por meio de relatórios mensais, onde são assinalados os pontos em que o aluno tem dificuldades.” Quando, apesar deste trabalho, os problemas persistem, a instituição recomenda que os pais contratem um professor particular e oferece indicações de profissionais capacitados.
Extraído deGazeta do Povo
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