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Não deixe a marmelada para a hora da morte

Reforço escolar para alunos com dificuldades de aprendizagem deve começar o mais cedo possível. Todas as escolas têm o dever legal de oferecer esse apoio

Publicado em 27/05/2008 | Andréa Morais

Quem tem filhos em idade escolar provavelmente já recebeu o boletim do primeiro bimestre e pode avaliar o que promete o ano letivo: tranqüilidade pelo bom desempenho, ou a perspectiva de muito estresse para recuperar as notas. Os pais que se encaixam na segunda situação devem estar cientes de que suas crianças têm direito ao chamado reforço escolar, independentemente de freqüentarem escolas particulares ou públicas.

Segundo a professora Maria Sílvia Bacila Winkeler, coordenadora do curso de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação estabelece que todo estudante deve ter acesso à recuperação paralela. “O que pode mudar é a interpretação de cada escola. Mas, qualquer que seja esse entendimento, o certo é que a instituição ofereça alguma atividade durante o processo de aprendizagem, e não só no fim do ano”, frisa.

E não são poucos os estudantes que precisam deste “empurrãozinho” para melhorar as notas. Na rede pública municipal de Curitiba, perto de 20 mil alunos, ou cerca de 15% do total, recebem algum tipo de reforço escolar. Já na rede estadual, são quase 45 mil estudantes nas 3 mil salas de apoio de Língua Portuguesa e Matemática, espalhadas por todo o estado, que são direcionadas especificamente para estudantes de 5ª série.

A professora Inês Beatriz Barreiros Wichert, mãe de Amanda, 12 anos, conta que o reforço ofertado à filha, no ano passado, foi fundamental para que ela se sentisse mais segura e conseguisse a aprovação. “Ela tem um bloqueio em Matemática. Com as aulas de reforço na escola, ficou mais motivada e chegava em casa alegre, dizendo que estava conseguindo aprender”, recorda. Este ano, a menina já perguntou para a mãe quando o programa de apoio começa, pois quer participar novamente.

Modelos

O tipo de reforço oferecido pode variar bastante. Na rede municipal de Curitiba, segundo a diretora do Departamento de Ensino Fundamental, Nara Salamunes, as professoras avaliam suas turmas e, quando identificam estudantes que precisam do apoio, a oferta é no contraturno. Mas o trabalho depende da disponibilidade de tempo da própria regente ou de sua auxiliar, que já dá um suporte individualizado durante as aulas. Nas 29 escolas de tempo integral do município, o atendimento pedagógico é rotina, independentemente de o aluno apresentar ou não necessidade.

A rede estadual têm um trabalho especial destinado aos alunos de 5ª série, ano em que a reprovação costuma ser maior. A chefe do Departamento de Educação Básica da Secretaria Estadual de Educação, Mary Lane Hutner, explica que a intenção é trabalhar conteúdos de Português e Matemática considerados pré-requisitos para a série e que não foram assimilados durante os anos iniciais da educação fundamental. Para as outras séries, a possibilidade de reforço existe, mas só quando solicitado pelos diretores das escolas.

Na rede particular, o Positivo está entre as escolas que optam pelo reforço no contraturno. Conforme a orientadora educacional Noely Rocha Raymundo, a rede tem duas modalidades de apoio. O programa especial de estudos, direcionado para alunos vindos de outras escolas ou que no ano anterior tiveram problemas de aprendizagem, trabalha com os conteúdos que são pré-requisitos para o bimestre. Já o reforço é destinado aos alunos que encontram dificuldades com o conteúdo que está sendo ministrado durante o ano letivo.

A Escola Nossa Senhora do Sion não oferece o modelo institucionalizado de apoio. Segundo a supervisora Hilda Maria Heller, por ter uma metodologia diferenciada, o colégio opta pelo reforço preventivo, no qual, durante as aulas, o apoio necessário já é oferecido. Além disso, o colégio sempre deixa os pais cientes dos problemas dos filhos “A comunicação é feita por meio de relatórios mensais, onde são assinalados os pontos em que o aluno tem dificuldades.” Quando, apesar deste trabalho, os problemas persistem, a instituição recomenda que os pais contratem um professor particular e oferece indicações de profissionais capacitados.

Extraído de
Gazeta do Povo

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