A Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou ontem em Brasília a versão em português da publicação Ecoar, que traz orientações para educadores
MARIA REHDER, maria.rehder@grupoestado.com.br
Quando o tema trabalho infantil chega às salas de aulas muitos professores se deparam com obstáculos como a falta de preparo para debater o assunto na escola ou dificuldade para lidar com alunos que no contraturno escolar têm de vender produtos nos semáforos ou até mesmo trabalharem com o tráfico de drogas, além de outras atividades. E esse foi um dos motivos que levou a Organização Internacional do Trabalho (OIT), no Dia Internacional da Luta contra o Trabalho Infantil, comemorado ontem, a lançar a versão em português da publicação “Ecoar - O fim do trabalho infantil. Educação, Comunicação e Arte na Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente”, que a partir de hoje estará disponível para no site. A OIT, a partir da análise dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/2005), também informou ontem que o número de menores de 5 a 15 anos envolvidos com algum tipo de trabalho no Brasil é de quase 3 milhões.
É neste contexto que a publicação Ecoar chega ao Brasil, com 18 módulos, cujos temas vão desde o preparo dos educadores e membros da sociedade civil para o diagnóstico das crianças inseridas no trabalho infantil a sugestões de atividades como concursos de redações sobre o tema e o engajamento da escola na realização de um ato contra o trabalho infantil na comunidade.
Segundo Cynthia Ramos, oficial de Projetos da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a publicação pode ser utilizada em escolas públicas e privadas. “As atividades sugeridas no Ecoar sensibilizam os professores para promoverem o debate sobre o tema em aula e, principalmente, darem voz aos alunos.”
A criança
A especialista explica que muitas crianças submetidas ao trabalho infantil nem sequer sabem que esta prática é ilegal. “O professor tem de dar essa informação em aula, promover o debate com seus alunos e informá-los sobre seus direitos. ”
Ao saber que uma criança está sendo submetida ao trabalho infantil, o professor deve fazer a denúncia ao Ministério Público ou à Assistência Social. “Ele tem de estar preparado para perceber o problema, encaminhá-lo às autoridades competentes e desenvolver trabalhos de sensibilização na escola”, afirma Cynthia.
O professor
Para Marilene Alvares, diretora da Emef Oswaldo Aranha, que atende 2,9 mil alunos na Cidade Tiradentes, Zona Leste, ainda falta capacitação para os educadores diagnosticarem o trabalho infantil. “Os professores da rede pública ainda não tem acesso a material explicativo ou cursos de capacitação sobre o tema.”
A coordenação pedagógica da Emef Oswaldo Aranha tem usado os horários de prática pedagógica coletiva para debater a infância com o corpo docente. “Exibimos filmes que mostram a infância em diferentes contextos e a partir deles os docentes discutem o que é infância e os direitos das crianças.”
Entretanto, Marilene reconhece que na sua escola ainda falta atenção especial à luta contra o trabalho infantil. “Acredito que a publicação Ecoar ajudará os professores a ficarem mais sensíveis para avaliar e entender o contexto que seus alunos estão inseridos.”
COMO DIAGNOSTICAR
Aquela criança que se mostra desatenta pode não ser preguiçosa, mas sim estar cansada após uma longa jornada de trabalho
Número elevado de ausências sem justificativas é motivo de alerta, pois o aluno submetido ao trabalho infantil não é incentivado a freqüentar a escolas pelos pais
Defasagem de aprendizagem ou machucado também podem ser seqüelas do trabalho infantil ou até mesmo de exploração sexual
O QUE FAZER
Ao diagnosticar o problema, o professor deve denunciá-lo ao Ministério Público por meio do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Infância e da Juventude (e-mail: infancia@mp.sp.gov.br ou tel: 11-3119-9584) O professor pode aplicar as atividades da Ecoar que traz dicas como a motivação dos alunos para a produção de textos sobre trabalho infantil, que podem ser publicados no jornal escolar ou mídia local
Extraído de
Jornal da Tarde
13 de junho de 2.007
É neste contexto que a publicação Ecoar chega ao Brasil, com 18 módulos, cujos temas vão desde o preparo dos educadores e membros da sociedade civil para o diagnóstico das crianças inseridas no trabalho infantil a sugestões de atividades como concursos de redações sobre o tema e o engajamento da escola na realização de um ato contra o trabalho infantil na comunidade.
Segundo Cynthia Ramos, oficial de Projetos da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a publicação pode ser utilizada em escolas públicas e privadas. “As atividades sugeridas no Ecoar sensibilizam os professores para promoverem o debate sobre o tema em aula e, principalmente, darem voz aos alunos.”
A criança
A especialista explica que muitas crianças submetidas ao trabalho infantil nem sequer sabem que esta prática é ilegal. “O professor tem de dar essa informação em aula, promover o debate com seus alunos e informá-los sobre seus direitos. ”
Ao saber que uma criança está sendo submetida ao trabalho infantil, o professor deve fazer a denúncia ao Ministério Público ou à Assistência Social. “Ele tem de estar preparado para perceber o problema, encaminhá-lo às autoridades competentes e desenvolver trabalhos de sensibilização na escola”, afirma Cynthia.
O professor
Para Marilene Alvares, diretora da Emef Oswaldo Aranha, que atende 2,9 mil alunos na Cidade Tiradentes, Zona Leste, ainda falta capacitação para os educadores diagnosticarem o trabalho infantil. “Os professores da rede pública ainda não tem acesso a material explicativo ou cursos de capacitação sobre o tema.”
A coordenação pedagógica da Emef Oswaldo Aranha tem usado os horários de prática pedagógica coletiva para debater a infância com o corpo docente. “Exibimos filmes que mostram a infância em diferentes contextos e a partir deles os docentes discutem o que é infância e os direitos das crianças.”
Entretanto, Marilene reconhece que na sua escola ainda falta atenção especial à luta contra o trabalho infantil. “Acredito que a publicação Ecoar ajudará os professores a ficarem mais sensíveis para avaliar e entender o contexto que seus alunos estão inseridos.”
COMO DIAGNOSTICAR
Aquela criança que se mostra desatenta pode não ser preguiçosa, mas sim estar cansada após uma longa jornada de trabalho
Número elevado de ausências sem justificativas é motivo de alerta, pois o aluno submetido ao trabalho infantil não é incentivado a freqüentar a escolas pelos pais
Defasagem de aprendizagem ou machucado também podem ser seqüelas do trabalho infantil ou até mesmo de exploração sexual
O QUE FAZER
Ao diagnosticar o problema, o professor deve denunciá-lo ao Ministério Público por meio do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Infância e da Juventude (e-mail: infancia@mp.sp.gov.br ou tel: 11-3119-9584) O professor pode aplicar as atividades da Ecoar que traz dicas como a motivação dos alunos para a produção de textos sobre trabalho infantil, que podem ser publicados no jornal escolar ou mídia local
Extraído de
Jornal da Tarde
13 de junho de 2.007
Comentários