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Brasil tem 8,8 mil cursos de pós-graduação tipo lato sensu

Maioria dos programas está concentrada no Sudeste, acima do Centro-Oeste e do Nordeste

Simone Iwasso

No Censo Escolar 2007, o Ministério da Educação (MEC) mapeou pela primeira vez a oferta de cursos de pós-graduação lato sensu em funcionamento no País - programas de especialização voltados para profissionais que já estão no mercado de trabalho. De acordo com os dados, existem hoje 8.866 cursos oferecidos, sendo 8.801 presenciais e os 65 restantes feitos à distância.

Desde o boom de lançamento desses cursos, há cerca de cinco anos, nunca se soube exatamente quantos e onde eles estavam. Isso porque a legislação permite que as instituições de ensino superior abram e fechem os programas sem a autorização do ministério.

Para existirem, é obrigatório apenas que tenham um mínimo de 360 horas, sejam feitos em até dois anos, com 50% do corpo de professores titulados com mestrado e doutorado, e apresentem ao aluno, na hora da matrícula, um projeto pedagógico detalhado com a programação do que vai ser ensinado.

Pelo levantamento, a região Sudeste é onde está a maior concentração de cursos. São 4.995 programas, que representam 55% do total - uma proporção semelhante ao que ocorre com a distribuição dos cursos de graduação. No entanto, na pós lato sensu, a surpresa está no Centro-Oeste e Nordeste, ambos com mais de 1,2 mil cursos oferecidos. Por último está o Sul, com 951 programas.

CARACTERÍSTICAS

A maioria deles é dada por instituições particulares (89%). Entre as públicas, onde provocam polêmica por serem muitas vezes dados por fundações e cobrarem mensalidade, como no caso da Universidade de São Paulo (USP), as municipais respondem por 4,6%, as estaduais, por 3% e as federais, por 2,8%.

“É um mercado que cresceu muito e ainda vai continuar crescendo. Esse levantamento mostra algumas coisas esperadas, como a concentração no Sudeste e nas instituições particulares. Mas há coisas interessantes e surpreendentes, como o baixo número ainda de especializações à distância, a oferta no Centro-Oeste e as áreas nas quais eles estão distribuídos”, analisa Carlos Monteiro, diretor-presidente da CM Consultoria e especialista em gestão educacional.

Na distribuição por área, as ciências sociais aplicadas, ciências humanas e da saúde são as que mais concentram cursos. São 2.674 cursos, 2.527 e 1.961, respectivamente, que somados representam 80% do total.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao ministério, responsável pela coleta dos dados, estão incluídos nessas categorias os cursos de Direito e os MBAs, que também representam metade dos 4,5 milhões de estudantes de graduação do Brasil.

QUALIDADE

O levantamento, além de ajudar a traçar um panorama e entender melhor a oferta e variedade de cursos, permitirá ao MEC traçar comparações e ter uma idéia melhor do que acontece na área, já que eles também não são submetidos a avaliações e acompanhamentos específicos, como acontece com os mestrados e doutorados.

“As instituições credenciadas têm autonomia para oferecer e deixar de oferecer os cursos no momento em que bem entenderem. Isso faz com que eles sejam muito dinâmicos e apresentem mudanças a cada semestre. “Espera-se que as instituições sejam sérias para cumprir com os requisitos que se espera de uma pós lato sensu”, explica Orlando Pilatti, coordenador da Secretaria de Educação Superior do MEC, à qual os cursos de especialização são submetidos.

ACOMPANHAMENTO
Pilatti afirma que seria inviável ter o controle e o acompanhamento da qualidade desses cursos justamente por essa dinâmica, que está diretamente atrelada às necessidades do mercado de trabalho. “Quando avaliamos uma instituição, também avaliamos os programas de especialização que ela oferece. Se são encontradas irregularidades, elas são notificadas e devem ser corrigidas”, diz.

Por isso, segundo ele, é importante que os candidatos a um curso analisem se a instituição é credenciada no Ministério da Educação e se o corpo docente é titulado. O coordenador também recomenda que as instituições abram cursos nas áreas em que já são especialistas, já tenham conhecimento acumulado e infra-estrutura. “Isso é uma recomendação do ministério, não uma obrigação. Mas é um indicativo para orientar o aluno.”

Extraído de

O Estado de São Paulo

19 de fevereiro de 2.007

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