Em Opinião de OGlobo de 25 de julho de 2.006:
O sistema educacional brasileiro é uma pirâmide de cabeça para baixo. Por diversas razões — entre as quais tem peso especial a demagogia de palanque — as autoridades federais dão mais atenção à ponta do que à base dessa pirâmide.Candidatos em campanha sabem, por experiência pessoal, que causa melhor impressão anunciar a abertura de faculdades — segundo eles, uma forma de democratizar o ensino superior numa sociedade tradicionalmente elitista — do que, por exemplo, investir no trabalho árduo e silencioso de aprimorar a qualificação dos professores do ensino fundamental e do médio. Sabem também, pois é óbvio para todos, que, se a base é sólida, o edifício se ajeita; e se é frágil, a estrutura desmorona, como um castelo de cartas. Mas pouco lhes importa, contanto que sejam eleitos.Investir com racionalidade nessa área significa, como sempre, começar pelo básico. No Brasil, implicaria inverter as prioridades. O GLOBO apurou que o governo federal gasta dez vezes mais no topo da pirâmide, por cabeça, do que na base: R$ 12 mil por ano com cada universitário, e R$ 1.200 com cada aluno dos ensinos fundamental e médio.
Existem, no Brasil, 55 universidades federais. O governo Lula decidiu criar mais dez e ampliar extraordinariamente o número de vagas nas já existentes; e os senadores e deputados querem mais 68. Esse generoso surto de fertilidade representaria um espetáculo de crescimento, se as federais fossem exemplarmente mantidas. A realidade é outra: o ensino público superior custa caro aos contribuintes e frustra os alunos, numa relação entre professores e alunos que é uma das piores do mundo.
É fundamental que os responsáveis pelo sistema educacional abandonem as fórmulas demagógicas e a lei do menor esforço: só devem chegar à universidade os que percorrem um longo e laborioso caminho. Nesse trajeto, que começa no fundamental, precisam conhecer, e nisso o governo tem papel importante, mestres competentes e motivados; aprender algo de útil para manter a chama do incentivo e ter um meio de sobrevivência; e, em muitos casos, receber ajuda para não serem obrigados a desistir dos estudos e ajudar a família.
O sistema educacional brasileiro é uma pirâmide de cabeça para baixo. Por diversas razões — entre as quais tem peso especial a demagogia de palanque — as autoridades federais dão mais atenção à ponta do que à base dessa pirâmide.Candidatos em campanha sabem, por experiência pessoal, que causa melhor impressão anunciar a abertura de faculdades — segundo eles, uma forma de democratizar o ensino superior numa sociedade tradicionalmente elitista — do que, por exemplo, investir no trabalho árduo e silencioso de aprimorar a qualificação dos professores do ensino fundamental e do médio. Sabem também, pois é óbvio para todos, que, se a base é sólida, o edifício se ajeita; e se é frágil, a estrutura desmorona, como um castelo de cartas. Mas pouco lhes importa, contanto que sejam eleitos.Investir com racionalidade nessa área significa, como sempre, começar pelo básico. No Brasil, implicaria inverter as prioridades. O GLOBO apurou que o governo federal gasta dez vezes mais no topo da pirâmide, por cabeça, do que na base: R$ 12 mil por ano com cada universitário, e R$ 1.200 com cada aluno dos ensinos fundamental e médio.
Existem, no Brasil, 55 universidades federais. O governo Lula decidiu criar mais dez e ampliar extraordinariamente o número de vagas nas já existentes; e os senadores e deputados querem mais 68. Esse generoso surto de fertilidade representaria um espetáculo de crescimento, se as federais fossem exemplarmente mantidas. A realidade é outra: o ensino público superior custa caro aos contribuintes e frustra os alunos, numa relação entre professores e alunos que é uma das piores do mundo.
É fundamental que os responsáveis pelo sistema educacional abandonem as fórmulas demagógicas e a lei do menor esforço: só devem chegar à universidade os que percorrem um longo e laborioso caminho. Nesse trajeto, que começa no fundamental, precisam conhecer, e nisso o governo tem papel importante, mestres competentes e motivados; aprender algo de útil para manter a chama do incentivo e ter um meio de sobrevivência; e, em muitos casos, receber ajuda para não serem obrigados a desistir dos estudos e ajudar a família.
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