OGLOBO:
Segundo plano
Educação é um desses temas em que sólidos consensos convivem com divergências profundas. As concordâncias são genéricas: ninguém diverge sobre a importância da educação para qualquer país, mais ainda o Brasil, que tem conhecidos problemas na formação da população e é obrigado a fazer frente no mundo globalizado a ferozes concorrentes como a China e a Índia, eficientes no adestramento de profissionais.
As divergências estão em como fazer. Isso não é empecilho, no entanto, a que se formem correntes de opinião fortes sobre o tema. É muito questionada, por exemplo, a hierarquização feita pelo governo para enfrentar os desafios do setor.
Uma crítica recorrente a Brasília é quanto ao peso desproporcional dado à questão universitária, em relação ao que é feito para melhorar a qualidade do ensino básico — sem o que de pouco adianta ampliar a oferta de vagas no ciclo superior.
Se a qualidade do ensino básico não for aprimorada, o futuro do país será medíocre, de simples exportador de matérias-primas ou pouco elaboradas.
Um indicador da eficácia do ensino é a taxa de evasão de alunos. E segundo os censos escolares, ela está em alta. Tem caído o número de formandos no ensino médio, e não é por algum fenômeno demográfico. Em 2004, a oferta de vagas nas universidades (2.320 mil) superou o contingente que se formou no ensino médio em 2003 (1.884 mil).
Alega-se que os recursos destinados à educação pública no Brasil são comparáveis, em relação ao PIB, a países como Alemanha e Coréia do Sul. Mas é preciso cuidado com a estatística, pois no Brasil incluem-se nessa rubrica os benefícios dos professores aposentados.
É visível a necessidade de investimentos na formação dos professores e na sua remuneração. O governo acena com o fundo de apoio à educação básica, o Fundeb. Ainda assim a questão continua em aberto. Com a explosão do déficit da Previdência — deflagrada por sucessivos aumentos generosos do salário-mínimo — e o crescimento desmesurado dos gastos ditos sociais, a educação tem ficado mesmo em segundo plano.
Segundo plano
Educação é um desses temas em que sólidos consensos convivem com divergências profundas. As concordâncias são genéricas: ninguém diverge sobre a importância da educação para qualquer país, mais ainda o Brasil, que tem conhecidos problemas na formação da população e é obrigado a fazer frente no mundo globalizado a ferozes concorrentes como a China e a Índia, eficientes no adestramento de profissionais.
As divergências estão em como fazer. Isso não é empecilho, no entanto, a que se formem correntes de opinião fortes sobre o tema. É muito questionada, por exemplo, a hierarquização feita pelo governo para enfrentar os desafios do setor.
Uma crítica recorrente a Brasília é quanto ao peso desproporcional dado à questão universitária, em relação ao que é feito para melhorar a qualidade do ensino básico — sem o que de pouco adianta ampliar a oferta de vagas no ciclo superior.
Se a qualidade do ensino básico não for aprimorada, o futuro do país será medíocre, de simples exportador de matérias-primas ou pouco elaboradas.
Um indicador da eficácia do ensino é a taxa de evasão de alunos. E segundo os censos escolares, ela está em alta. Tem caído o número de formandos no ensino médio, e não é por algum fenômeno demográfico. Em 2004, a oferta de vagas nas universidades (2.320 mil) superou o contingente que se formou no ensino médio em 2003 (1.884 mil).
Alega-se que os recursos destinados à educação pública no Brasil são comparáveis, em relação ao PIB, a países como Alemanha e Coréia do Sul. Mas é preciso cuidado com a estatística, pois no Brasil incluem-se nessa rubrica os benefícios dos professores aposentados.
É visível a necessidade de investimentos na formação dos professores e na sua remuneração. O governo acena com o fundo de apoio à educação básica, o Fundeb. Ainda assim a questão continua em aberto. Com a explosão do déficit da Previdência — deflagrada por sucessivos aumentos generosos do salário-mínimo — e o crescimento desmesurado dos gastos ditos sociais, a educação tem ficado mesmo em segundo plano.
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