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Pisa 2015 reforça desafios da educação brasileira nas áreas de ciências, português e matemática

Análises e reflexões sobre o desempenho dos estudantes brasileiros no Programme for International Student Assessment (Pisa) foram apresentados na manhã desta terça-feira, 6/12/2016, no Seminário do Pisa 2015, na sede do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Em ciências, foco desta edição, pouco mais de 40% dos estudantes brasileiros atingiram pelo menos o nível 2 da escala de proficiência, considerado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) o nível básico para aprendizagem e participação plena na vida social, econômica e cívica das sociedades modernas em um mundo globalizado. Em leitura, 51% dos estudantes estão abaixo do nível 2 e, em matemática, esse número chega a 70,3%.

Da última edição do Pisa em 2012 para a mais recente, de 2015, não foram registradas diferenças estaticamente representativas em ciências e leitura. Já em matemática, o desempenho dos estudantes brasileiros foi estatisticamente menor do que na edição de 2012, mas para a OCDE a trajetória geral no Pisa é positiva para os jovens brasileiros porque, em média, tem ocorrido uma elevação da proficiência média em cada edição do Pisa desde 2003.

Os testes e questionários do Pisa propiciam três principais tipos de resultados: um perfil básico de conhecimentos e habilidades dos estudantes; como essas habilidades são relacionadas a variáveis demográficas, sociais, econômicas e educacionais, além das tendências que acompanham o desempenho dos estudantes e monitoram os sistemas educacionais ao longo do tempo. A avaliação é trienal e direcionada para estudantes com idade entre 15 anos e 3 meses (completos) e 16 anos e 2 meses (completos) no início do período de aplicação. A aplicação e tratamento dos dados é responsabilidade do Inep.

Amostra – A edição de 2015 foi a primeira com aplicação totalmente computadorizada. Foram selecionados estudantes das 27 unidades da Federação (UFs), totalizando 23.141 alunos de 841 escolas do Brasil. O perfil típico do estudante brasileiro participante foi do sexo feminino (51,5%), matriculado no ensino médio (77,7%) de uma rede de ensino estadual (73,8%), localizada em área urbana (95,4%) e no interior (76,7%).

AVALIAÇÃO DE CIÊNCIAS

Resultados – A proficiência média dos jovens estudantes brasileiros na avaliação de ciências foi de 401 pontos, valor significativamente inferior à média dos estudantes dos países membros da OCDE, que é de 493. O desempenho médio dos jovens brasileiros da rede estadual foi de 394 pontos. Por ofertar prioritariamente o ensino fundamental, a rede municipal apresentou desempenho inferior ao das escolas de outras dependências administrativas (329). Alunos da rede federal obtiveram o melhor desempenho em ciências, 517 pontos, superando a média nacional, mas não sendo estatisticamente diferente do desempenho médio dos estudantes da rede particular (487).

Por estado – O Espírito Santo apresentou o maior desempenho (435), e Alagoas, o menor (360). O desempenho médio dos meninos em ciências foi superior ao das meninas na maioria das UFs brasileiras.

Dificuldades – Interpretar dados e evidências cientificamente, lidar com conhecimento procedimental, e questões com resposta abertas e de múltipla escolha complexa são os pontos fracos dos brasileiros revelados na avaliação de ciências. Nossos estudantes têm mais facilidade em explicar fenômenos cientificamente, e lidar com conhecimento de conteúdo e respostas do tipo múltipla escolha simples.

AVALIAÇÃO DE LEITURA

Resultados – A proficiência média dos estudantes brasileiros na avaliação de leitura foi de 407 pontos, significativamente inferior que o escore médio dos estudantes dos países membros da OCDE, que foi de 493. O desempenho médio em leitura dos jovens brasileiros da rede estadual foi de 402 pontos, enquanto na rede municipal observou-se um desempenho médio de 325. Alunos da rede federal têm o melhor desempenho em leitura, 528 pontos, superando a média nacional, o que não é, entretanto, estatisticamente diferente do desempenho médio dos estudantes da rede particular (493).

Por estado – O Espírito Santo apresentou o maior desempenho (441 pontos) e Alagoas, o menor (362). Em todas as UFs, o desempenho em leitura das meninas superou o dos meninos.

Dificuldades – Os pontos fortes dos estudantes brasileiros é lidar com textos representativos de situação pessoal (e-mails, mensagens instantâneas, blogs, cartas pessoais, textos literários e textos informativos). Questões com textos contínuos, definidos por sua organização em orações e parágrafos, e típicos em textos argumentativos, contos e romance e questões que envolvem o aspecto localizar e recuperar informação também foram mais fáceis para eles. A principal dificuldade, por outro lado, é lidar com textos da situação pública (textos e documentos oficiais, notas públicas e notícias). Questões com textos no formato combinado, caracterizados pela junção de parágrafos em prosa e listas, gráficos, tabelas ou diagramas; e que envolveram o aspecto integrar e interpretar foram as mais difíceis para os brasileiros.

AVALIAÇÃO DE MATEMÁTICA

Resultados – A proficiência média dos jovens brasileiros na avaliação de matemática foi de 377 pontos, valor significativamente inferior à média dos estudantes dos países membros da OCDE, que é de 490. O desempenho médio em matemática dos estudantes da rede estadual foi de 369 pontos e da rede municipal, 311, uma diferença estatisticamente significativa. Estudantes da rede federal tiveram melhor desempenho, 488 pontos, embora esse resultado não seja estatisticamente diferente do desempenho médio dos estudantes de escolas particulares, que foi de 463.

Por estado – O Paraná apresentou melhor desempenho (406 pontos) e Alagoas, o pior desempenho (339). Contudo, o estado do Paraná, bem como o Amapá, não atingiu a taxa de respostas exigida, prejudicando, assim, uma análise fidedigna desses estados. Praticamente em todas as UFs o desempenho em matemática dos meninos superou o das meninas.

Dificuldades – Estudantes brasileiros têm melhor desempenho em questões sobre valor em dinheiro, razão e proporção e cálculos aritméticos. Isso significa que o manuseio com dinheiro ou a vivência com fatos que gerem contas aritméticas ou proporções é uma realidade mais próxima. Por outro lado, o desempenho é mais baixo em questões que trabalham as propriedades das figuras geométricas, como o perímetro ou a área, ou as características das figuras espaciais. A interação dinâmica com formas reais bem como suas representações mostrou-se como um conteúdo mais difícil e trabalhoso para os brasileiros.

Os estudantes tem facilidade maior para lidar com a matemática envolvida diretamente com suas atividades cotidianas, família ou colegas. Problemas como preparação de comidas, jogos, saúde pessoal ou finanças pessoais são situações mais facilmente "matematizadas" e resolvidas por eles mesmos. Algo semelhante ocorre com o mundo laboral/ocupacional (desde que acessível e condizente com a condição de um estudante de 15 anos), que é mais facilmente reconhecido pelos jovens como, por exemplo, decisões profissionais, controle de qualidade, regras de pagamento de trabalho, etc.

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FONTE: INEP

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